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Apae discute ampliação de serviços

publicado: 26/11/2024 09h06, última modificação: 26/11/2024 09h06
Responsáveis pela instituição na capital recebem a primeira-dama da PB e esperam novas parcerias para crescer
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Ao lado da segunda-dama do estado, Camila Mariz, Ana Maria Lins considerou proveitosa a visita à sede da entidade | Foto: José Marques/Secom-PB

por Priscila Perez*

Há 67 anos, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de João Pessoa vem oferecendo atendimento multiprofissional para melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência (PCD) residentes na capital. Mas, apesar da ampla infraestrutura disponível em sua sede, localizada no bairro dos Bancários, a instituição atende, atualmente, a apenas 252 usuários, entre crianças e idosos.

Com o objetivo de discutir temas como a redução da demanda reprimida e novas parcerias para viabilizar a ampliação de seus serviços, a entidade recebeu, ontem, uma visita da primeira-dama do estado, Ana Maria Lins. “Viemos ouvir as reivindicações para ampliar os serviços que a Apae oferece, há mais de 60 anos, e, dessa forma, melhorar ainda mais a qualidade de vida desses usuários e das famílias deles também”, disse Ana Maria, que foi acompanhada, na ocasião, pela segunda-dama da Paraíba, Camila Mariz.

“[A Apae] é uma instituição com uma boa infraestrutura, mas que, hoje, só atende a 252 pessoas. Por isso, vou levar todas essas reivindicações para o governador João Azevêdo, que, não tenho dúvida nenhuma, terá toda a sensibilidade em analisar cada uma delas e atendê-las, naquilo que for possível”, assegurou a primeira-dama, classificando como extremamente proveitosa a reunião com os representantes da entidade.

Demanda
Apesar de dispor de uma ampla infraestrutura, a associação registra, atualmente, apenas 252 usuários em atendimento, entre crianças e idosos

Enaltecendo o trabalho desenvolvido pela Apae em João Pessoa, Camila Mariz destacou a importância de se apoiar a associação. “Acredito que deve ser ressaltado o zelo, o carinho dos profissionais da Apae no cuidado das pessoas com deficiência. E, dada a sensibilidade do governador João Azevêdo e do vice-governador Lucas Ribeiro, essa visita aumenta a possibilidade de novos convênios para que esse serviço tão importante seja ampliado”, observou a segunda-dama do estado.

A assessora institucional da Apae, Larissa Trigueiro, representou a presidente da entidade, Luciana Araújo, durante a visita. Ela frisou a relevância das parcerias já firmadas com o Governo da Paraíba para apoiar o trabalho desenvolvido em favor das PCD. “Foi uma satisfação muito grande receber a primeira-dama Ana Maria Lins e a segunda-dama Camila Mariz — pessoas que a gente percebe facilmente que não se tornaram sensíveis; elas nasceram sensíveis. E não tenho dúvidas de que serão, a partir de agora, esse grande elo entre as necessidades da Apae e o Governo do Estado, que tem nos ajudado tanto”, declarou Larissa.

Também participaram do encontro o clínico-geral da Apae, Adênio Leite, e outros representantes do Governo da Paraíba, a exemplo da Fundação de Apoio Integrado à Pessoa com Deficiência (Funad).

Aeroporto terá espaço para passageiros com TEA 

Viajar de avião já é um desafio e tanto para muita gente, mas, para passageiros neurodivergentes, especialmente aqueles com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a experiência pode ser ainda mais desconfortável. Pensando nisso, a Aena Brasil, empresa responsável por administrar o Aeroporto Internacional Presidente Castro Pinto, anunciou que, no próximo ano, o terminal de João Pessoa passará a contar com uma sala multissensorial, ambiente onde viajantes desse público poderão aguardar seus voos com mais conforto e tranquilidade. A concessionária informou que o Aeroporto Internacional Presidente João Suassuna, em Campina Grande, também está entre os terminais que ganharão espaços desse tipo, embora ainda não haja prazo definido para a instalação.

As salas de isolamento sensorial integram o Programa de Acolhimento ao Passageiro com TEA, uma iniciativa do Governo Federal vinculada ao Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, dentro do projeto Viver sem Limites II (que tem adesão do Governo da Paraíba). 

Salas visam proporcionar mais conforto e tranquilidade | Foto: Divulgação/Floripa Airport

De acordo com a psicóloga e assessora técnica da Funad, Alice Santos, a proposta é oferecer um ambiente adaptado e tranquilo, com estímulos visuais, táteis e auditivos controlados, para que esses passageiros se sintam mais seguros e confortáveis. “São espaços com luminosidade mais baixa, menor interferência de ruídos e instrumentos sensoriais com diferentes texturas, para que eles possam se regular em momentos de estresse ou de descontrole”, explica a psicóloga.

Alice reforça que a iniciativa beneficia não apenas crianças, mas viajantes de todas as idades. Ao oferecer regulação sensorial e acolhimento, inclusive para as famílias das pessoas com TEA, o empreendimento é considerado pela especialista como um primeiro passo para lhes garantir uma boa viagem. “Aeroporto tem uma rotina muito barulhenta. A sala é um ambiente estabilizador, sendo importante, também, para adultos autistas, que muitas vezes enfrentam julgamentos ou têm dificuldade de compreender comandos em situações como essa”, reflete.

Para a psicóloga, dispor de um espaço acolhedor aumenta a sensação de segurança e favorece o bem-estar ao longo da jornada. Não à toa, profissionais do setor aéreo também receberão capacitação para garantir um atendimento mais sensível e humanizado, tanto em solo quanto durante o voo. “Com certeza, a criança ou o adulto neurodivergente vai embarcar mais tranquilo, o que também faz bem à família”, conclui a assessora técnica da Funad.

 Por todo o país

Conforme a Aena Brasil, ainda serão criadas, em 2025, salas multissensoriais em terminais que a empresa gerencia em mais quatro capitais: Recife, em Pernambuco; Maceió, em Alagoas; Aracaju, no Sergipe; e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Segundo a nota da concessionária, além do aeroporto de Campina Grande, também está prevista a formatação de espaços similares em vários outros terminais aéreos pelo país, incluindo unidades em Juazeiro do Norte, no Ceará; Uberlândia, Uberaba e Montes Claros, em Minas Gerais; Ponta Porã e Corumbá, no Mato Grosso do Sul; Marabá, Carajás, Santarém e Altamira, no Pará.

De acordo com o Governo Federal, o investimento para a instalação desses ambientes especiais será viabilizado exclusivamente pelas empresas responsáveis pelos aeroportos, como a Aena, sem depender de recursos da União. Os primeiros espaços do tipo foram inaugurados em Florianópolis, no estado de Santa Catarina, e em Vitória, no Espírito Santo.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 26 de novembro de 2024.