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Arborização: JP possui 35% de área verde preservada

publicado: 21/10/2017 17h05, última modificação: 21/10/2017 17h36
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Árvores nas ruas dos centros urbanos trazem benefícios, como ar mais limpo, menor poluição sonora e temperatura mais equilibrada - Foto: Edson Matos

tags: arborização , semam , preservação ambiental


Lucas Campos
Especial para A União

Viver em uma cidade com muitas árvores é bastante positivo. Centros urbanos arborizados possuem um ar mais limpo, uma menor poluição sonora e temperatura mais equilibrada. Entretanto, a discussão acerca das vantagens de manter o meio ambiente arborizado, especialmente em grandes cidades, ainda não repercute o que deveria. João Pessoa, entretanto, se destaca: a capital paraibana possui 35% de sua área verde preservada, o equivalente a 47,11 metros quadrados de área verde por habitante.

A informação foi divulgada por Anderson Fontes, diretor de Controle Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente (Semam). Ele esclarece que João Pessoa encontra-se em uma boa situação de árvores quando comparada com outras capitais do país, que geralmente possuem entre 14 e 16% de área verde. Isso porque, além dos órgãos governamentais serem muito atuantes em atividades conjuntas de plantio e fiscalização, os moradores locais têm consciência da importância de ter árvores em casa, então é comum ver calçadas e quintais com árvores plantadas.

Por outro lado, Paula Frassinete, presidente da Associação Paraibana dos Amigos da Natureza (Apan), pontua que a gestão municipal ainda tem um nível muito baixo de preocupação com a preservação das árvores na cidade. "Ações que têm sido observadas da prefeitura de João Pessoa no que se refere a pistas de ciclovias, a construções para maior mobilidade, tem sido sempre no sentido de retirar árvores há muitos anos plantadas", afirma Paula Frassinete.

Ela usa como exemplo o caso da Avenida Beira Rio, que teve cerca de 40 árvores cortadas e também um trecho de mata ciliar prejudicada para a construção de duas pontes e intervenções que visavam impedir alagamentos. "Foi preciso uma luta muito grande por parte da Apan para não se cortar mais do que já cortaram, porque nós tentávamos que as reformas fossem feitas sem essa retirada, embora eles dissessem que iriam retirar, mas também replantar em outros locais", esclarece. Ela acrescenta também que o replantio dessas árvores não foi visto por ninguém, muito embora admita que o agrônomo da Seman afirmou que houve sim um replantio de mudas.

Paula Frassinete explica também que a arborização da cidade já havia sido prejudicada há cerca de 10 anos, quando um fungo conhecido como seca do mangueiral ou mal-do-Recife atingiu as árvores de João Pessoa e muitas tiveram que ser substituídas. Infelizmente, a grande maioria das mudas plantadas para substituir as árvores adoentadas não surtiu efeito. "O que a Apan dizia esse tempo todo? É preciso uma manutenção permanente da nossa arborização urbana. Podas de galhos que não irão mais produzir, replantio, colocação de adubação, então é o cuidado permanente que tem de se ter com a planta porque plantas são seres vivos", anunciou a presidente da Apan.

Outro exemplo recente citado por Paula Frassinete é o do Parque Solon de Lucena, a Lagoa, que teve diversas árvores antiquíssimas podadas de forma "muito radical", de acordo com a presidente da ong. Para ela, a poda indiscriminada compreende uma mutilação das plantas e é algo que não pode continuar acontecendo. Paula pontua também que percebe a existência de um certo comprometimento das pessoas que estão à frente das secretarias de gestão ambiental, mas que não há incentivo e apoio dos gestores de maior instância.