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Banco de dados genéticos ajuda na busca de desaparecidos na PB

publicado: 19/11/2017 00h05, última modificação: 19/11/2017 10h04
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De acordo com o diretor-geral do IPC, Israel Aureliano, já foram evitadas 350 adoções ilegais na PB com o programa DNA Prokids - Foto: Evandro Pereira

tags: banco de dados , dados genéticos , desaparecidos


Alexandre Nunes

O combate ao tráfico de crianças e adolescentes tem um forte aliado na Paraíba. Trata-se do Programa DNA Prokids, que funciona no Instituto de Polícia Científica (IPC). A Paraíba é o estado pioneiro no Brasil na implantação do programa dentro da sua estrutura pericial. Com o DNA Prokids, já foram evitadas 350 adoções ilegais na Paraíba. A informação foi repassada pelo diretor-geral do IPC, Israel Aureliano da Silva Neto. Ele acrescenta que o DNA Prokids é um serviço que se encontra ativo no Instituto de Polícia Científica paraibano, onde o objetivo principal é evitar adoções ilegais e reunir famílias que estão separadas por questões de destino, sequestro ou quando a criança foi entregue indevidamente, se perdeu, foi traficada. Ele ressalta que o objetivo é juntar famílias.

A implantação do DNA Prokids na Paraíba teve origem através de um convênio entre o IPC, a Secretaria de Estado da Segurança e Universidade de Granada, da Espanha, assinado em 2013. O DNA Prokids já conseguiu reunir, nos países da América Latina, em torno de mil crianças com sua devida família. "O programa permitiu que crianças fossem devolvidas às suas famílias naturais. A Paraíba é o único estado do Brasil que tem uma entidade policial cadastrada e habilitada para fazer o DNA Prokids. Existem outros estados que têm o programa, mas através de universidades e outros órgãos. Numa unidade policial, a Paraíba é o único estado do país que teve esse credenciamento autorizado", ressalta Israel Aureliano.

Ele explica que, para que o DNA Prokids funcione, é preciso que o programa receba as famílias ou crianças que supostamente estão em situação de dúvidas da sua qualidade de família. "Então, se a família tem uma criança desaparecida, ela se dirige à delegacia e a delegacia pode e deve encaminhar essa família ao IPC, para que a gente possa fazer o cadastro dela, a coleta do material genético, e cruzarmos no banco de dados do DNA Prokids. Existe um banco de dados dos pais, onde a gente vai pegar esse perfil genético desses pais que têm filhos desaparecidos e jogar dentro dele, e esse banco de dados vai permitir procurar por toda base de crianças desaparecidas que são incluídas no banco de dados do DNA Prokids", detalha.

Israel Aureliano usa como exemplo o caso de um pai que procura o filho. "Eu peguei o perfil genético dele e coloquei no banco de dados do DNA Prokids. Se em algum lugar do país for achada alguma criança com esse perfil genético, a gente vai saber quem é a criança e vai devolver à família. Se não achar, o perfil genético do pai vai ficar lá no banco de dados. No dia que a gente tiver uma criança inserida no banco de dados do DNA Prokids, e essa criança também tiver um dos pais inseridos no banco de dados, o programa também vai dar o alerta, dizendo: olha esses pais que procuram são fulano e sicrano, e a gente, a partir daí, consegue juntar a criança e a família".

Segundo comenta o diretor-geral do IPC, o programa está funcionando e o que é preciso é a demanda das delegacias, que devem encaminhar famílias de crianças desaparecidas, ou crianças encontradas, para que os especialistas do DNA Prokids possam fazer o atendimento e incluir no banco de dados. "O que a gente mais precisa é dessa divulgação e que as delegacias nos encaminhem os familiares para a gente colocar no banco de dados e pesquisar sobre isso. É basicamente isso", reitera.