Nas áreas de mata da Paraíba, os incêndios têm se intensificado muito por conta da estiagem e temperaturas elevadas. O problema é potencializado pela prática de realizar queimadas por parte de alguns agricultores, aponta o primeiro-tenente do Corpo de Bombeiros Idygleikson Medeiros.
Em 2023, foram registradas 688 ocorrências de incêndios em vegetação. Destas, 436 são incêndios florestais propriamente ditos e as demais são incêndios em vegetação ocorridos em zona urbana como lotes, terrenos e depósitos de materiais sólidos. Os meses de agosto e setembro somam, sozinhos, 434 ocorrências, já que coincidem com o período de estiagem. Somente no mês de agosto foram 179 ocorrências e, em setembro, 255 demandas. Destas, ainda segue a da Serra da Santa Catarina.
Idygleikson Medeiros explica que a população pode contribuir para evitar os incêndios. Ele ensina que as orientações são evitar efetuar a limpeza de terrenos ou áreas rurais através das chamas, gerenciar os depósitos de resíduos sólidos em locais apropriados, monitorar a ocorrência de focos de incêndio em seus domínios.
Ao encontrar focos de incêndio, se for inicial, a orientação é iniciar a evacuação das pessoas e bens, e acionar o 193 para as devidas orientações de medidas que contribuam com o desenvolvimento lento das chamas ou sua extinção, até que, se necessário, as guarnições do Corpo de Bombeiros possam atuar efetivamente no local.
Sobre as queimadas, o meteorologista Flaviano Fernandes explica que elas não têm relação com o aumento da temperatura. Ele observa que as pastagens estão secas e qualquer resquício de fogo, a exemplo de piola de cigarro, faz com que ocorram os incêndios.
Incêndio no parque
A equipe do Corpo de Bombeiros segue no combate ao incêndio florestal na Serra da Santa Catarina, onde já atuaram 170 bombeiros militares, com o apoio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Grupamento Tático Aéreo (GTA) voluntários, servidores e colaboradores das cidades de Nazarezinho e Carrapateira, com o reforço da Brigada de incêndio PrevFogo do Ibama. O fogo começou há oito dias. “O local de desenvolvimento das chamas é de difícil acesso, somado às condições climáticas de baixa umidade, vento e altas temperaturas, todos estes fatores contribuindo para a dificuldade no processo de extinção do incêndio”, declara o Coronel Saulo Alvez Laurentino, do 3º Comando Regional Bombeiros Militar.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 04 de outubro de 2023.