No ano passado, 147 pessoas se afogaram ou precisaram da ajuda de guarda-vidas para sair do mar, segundo balanço divulgado pelo Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba (CBMPB). O dado representa uma média de 12 casos por mês.
A maioria dos afogamentos/resgates foi registrada pelo 9o Batalhão de Bombeiros Militar (BBM), responsável pelas praias da área Sul — de Cabo Branco, em João Pessoa, à Praia Bela, em Pitimbu. Com sede na capital paraibana, a unidade atendeu 125 vítimas.
O mesmo batalhão contabilizou 170 atendimentos pré-hospitalares; 136 acidentes com animais marinho; e 102 casos de crianças perdidas.
Já a 1a Companhia Independente de Bombeiro Militar, localizada em Cabedelo, registrou 22 vítimas de afogamento/resgate; 80 atendimentos pré-hospitalares; 58 acidentes com animais marinhos; e 40 casos de crianças perdidas.
Ou seja, no total, 733 ocorrências foram atendidas pelo Corpo de Bombeiros ao longo do ano.
Alerta
Com a chegada do verão, que se estende até março, autoridades reforçam o alerta para os riscos de acidentes nas praias. De acordo com a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), os acidentes aumentam em 50% durante a estação. Dados da entidade mostram ainda que os afogamentos são a primeira causa de morte de crianças de um a quatro anos e a terceira na faixa etária de cinco a nove anos.
A prevenção é a principal ferramenta para evitar esse tipo de acidente, especialmente no verão, quando piscinas, praias, rios, lagos e lagoas costumam ser utilizados com mais frequência pelas famílias. Mesmo grandes nadadores podem morrer afogados quando não respeitam seus limites ou por redução súbita de sua competência aquática. O uso de bebidas alcoólicas também é fator determinante, já que pessoas sob efeito de álcool apresentam menor coordenação motora.
“Os turistas, muitas vezes, colocam-se em situação de risco por não conhecerem a região, a exemplo de pedras e correntes de retorno. Ou seja, o desconhecimento é um fator preponderante para a ocorrência de afogamentos na nossa região”, observa Edson Coutinho, tenente do Corpo de Bombeiros.
As correntes de retorno, citadas pelo oficial, são trechos nos quais movimentos transversais da água são capazes de carregar uma pessoa para longe da costa em pouquíssimo tempo.
Em regra, elas podem ser identificadas pela coloração da água, que costuma se diferenciar do restante da praia nas correntes de retorno. Outro sinal é a menor frequência ou a ausência de quebras de ondas, além da presença de barreiras — tanto naturais quanto produzidas pelo ser humano —, como arrecife, píer, quebra-mar, gabião ou ancoradouro.
O Litoral paraibano tem pelo menos duas correntes de retorno fixas: uma na Praia de Coqueirinho e outra no Dique de Cabedelo.
Guarda-vidas ajudam a evitar ocorrências
As pessoas que desejam curtir as praias da Paraíba devem ficar próximas aos postos de guarda-vidas, conforme recomenda o Corpo de Bombeiros. A presença desses profissionais é fundamental para prevenir acidentes e garantir uma experiência mais segura no mar.
“A população, principalmente os turistas, deve perguntar aos guarda-vidas informações sobre a tábua de marés, o melhor horário para banho e se existem pedras na região ou correntes de retorno”, orienta Edson Coutinho.
O tenente pede que banhistas não entrem na água, caso presenciem um afogamento, pois a atitude pode resultar em mais uma vítima. Segundo ele, a ação adequada é ligar, imediatamente, para o telefone 193, central de atendimento do Corpo de Bombeiros.
“Procure objetos que possam fornecer flutuação como pedaço de galho, isopor e boias e jogue-os para que a pessoa que está se afogando possa se acalmar, até que o socorro chegue”, acrescenta.
Prevenção
Em relação ao cuidado de crianças, o tenente Coutinho orienta os pais a procurar a equipe de guarda-vidas mais próxima e solicitar a pulseirinha de identificação, com o nome e telefone do responsável, assim que chegarem às praias. “A maior incidência de crianças perdidas são nas praias de Tambaú e Cabedelo, por terem aglomeração de pessoas”, informou.
Dicas de como aproveitar o verão de forma segura:
- Nade sempre perto de um guarda-vidas;
- Pergunte ao guarda-vidas o melhor local para o banho de mar;
- Não superestime sua capacidade de nadar – 46,6% dos afogados acham que sabem nadar;
- Tenha sempre atenção com as crianças;
- Nade longe de pedras, estacas ou píeres;
- Evite ingerir bebidas alcoólicas antes do banho de mar;
- Nunca tente salvar alguém se você não for preparado para fazê-lo. Muitas pessoas morrem dessa forma;
- Antes de mergulhar no mar, cerifique-se da profundidade;
- Afaste-se de animais marinhos, como águas-vivas e caravelas.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 05 de janeiro de 2025.