A Secretaria de Estado da Saúde confirmou ontem cinco novos casos positivos de Monkeypox na Paraíba, sendo quatro deles em João Pessoa e um em Campina Grande - o primeiro registrado na cidade. Agora, o Estado soma 16 confirmações da doença (12 na capital, três em Cabedelo e um em Campina). Dois dos pacientes são mulheres e os demais, homens. Nenhum deles chegou a ser hospitalizado.
Segundo a Secretaria de Saúde de Campina Grande, o primeiro paciente confirmado na cidade está bem e se encontra em isolamento, cumprindo os 21 dias completos de quarentena. Ele tem 27 anos, é do sexo masculino, fez uma recente viagem à cidade de São Paulo e apresentou os primeiros sintomas no dia 25 de agosto. As equipes da Secretaria Municipal de Saúde e do Centro de Informações de Vigilância em Saúde (CIEVS) identificaram lesões compatíveis com a doença, também conhecida como varíola dos macacos, e aplicaram a coleta no dia 31 de agosto na UPA Dinamérica.
Desde então, o paciente cumpre o isolamento domiciliar com monitoramento contínuo, inclusive das pessoas com quem ele teve contato. Outros três casos seguem em investigação e quatro casos já foram descartados na cidade.
Em Campina Grande, as unidades de referência para atendimento a pacientes com suspeita da Monkeypox são as duas Unidades de Pronto Atendimento, a UPA Dr. Raimundo Maia (Alto Branco) e Dr. Adhemar Dantas (Dinamérica). Para internação adulta e infantil, a referência é o Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC) e para gestantes o serviço para internação é o Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA).
Para a abordagem a casos suspeitos, é indicado o uso de equipamentos de proteção individual, como máscaras e luvas. Caso o paciente esteja com sintomas da Monkeypox, também deve procurar utilizar meios de evitar a transmissão da doença. Para ser considerado um caso suspeito da Monkeypox, é necessária a presença de sintomas como início súbito de lesão em mucosas e/ou erupção de pele aguda sugestiva para a doença, única ou múltipla em qualquer parte do corpo (incluindo região genital/perianal, oral) e/ou dor na região do ânus ou reto com ou sem sangramento e/ou edema peniano associados à progressão da lesão já podem configurar alerta para a doença.
Não é necessária a existência de histórico de viagem ao exterior pela pessoa com suspeita nem pelo caso provável ou confirmado com o qual ela teve contato. Para tirar dúvidas sobre a doença é possível entrar em contato pelo Epidemiozap (83-99302-5299).
Capital reforça orientações sobre a doença
Mais conhecida como varíola dos macacos, a Monkeypox é uma doença viral cuja transmissão entre humanos ocorre, principalmente, por meio de contato direto ou indireto com sangue, fluidos corporais e lesões de pele. Para manter o controle do vírus e evitar a disseminação da doença, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de João Pessoa reforça as orientações à população da capital sobre a prevenção e onde procurar atendimento em caso de suspeita de contágio.
De acordo com as autoridades sanitárias, a Monkeypox tem como os sintomas mais comuns: febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, adenomegalia, calafrios, exaustão e surgimento de erupção cutânea (única ou múltipla) em qualquer parte do corpo e edema peniano. Em caso de estar com alguns desses sintomas ou tiver contato com casos confirmados da doença, o cidadão deve procurar atendimento médico, primeiramente, nas unidades de pronto atendimento (UPA) Oceania, Bancários, Valentina e Cruz das Armas.
Ao chegar a uma UPA, o paciente será identificado na triagem e encaminhado imediatamente a um setor de isolamento, de forma a evitar maiores chances de contato com os demais pacientes. “O protocolo consiste em uma análise epidemiológica da provável etiologia da doença atual, buscando sanar os diagnósticos diferenciais como varicela, sarampo, herpes, entre outras patologias que podem apresentar lesões semelhantes às da Monkeypox”, explicou Matheus Agra, médico e coordenador-geral das UPAs da Rede Municipal de Saúde.
Ele ressalta que, caso a suspeita da Monkeypox persista, a unidade entra em contato com a Vigilância Epidemiológica para que uma amostra da lesão seja coletada e enviada para realização do teste molecular (q-PCR). “Caso não tenha critérios de internação hospitalar, o paciente receberá alta da unidade, com orientações de como deverá proceder e com as medicações que deverá tomar e será monitorado pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS)”, destacou.
Nos casos em que os pacientes necessitam de internação, as UPAs encaminham para as unidades hospitalares de referência, que são: Hospital Municipal do Valentina (HMV) para crianças; Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) para as gestantes; e Complexo Hospitalar Clementino Fraga, de administração estadual, para os outros públicos.
Prevenção
Entre os principais cuidados a serem tomados para se prevenir contra o vírus estão: evitar contato íntimo ou sexual com pessoas que tenham lesões na pele; higienizar as mãos com frequência e não compartilhar roupas de cama, toalhas, talheres, copos e objetos pessoais. O uso de máscaras também contribui na contenção do vírus.
As pessoas que moram na mesma residência de casos suspeitos devem redobrar os cuidados. “Evitar contato com secreções, usar luvas descartáveis quando for descartar o lixo do paciente e higienizar as mãos com água e sabão, dando preferência ao papel toalha para secá-las. Sempre que possível, o caso suspeito ou confirmado deverá permanecer em uma área separada de outros membros da família ou a pelo menos um metro de distância”, orientou.
*Matéria publicada na edição impressa de 14 de setembro de 2022.