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Casos de dengue, até novembro, ultrapassaram 6,8 mil na Paraíba

publicado: 10/01/2024 08h57, última modificação: 10/01/2024 08h57

por Taty Valéria*

Até novembro do ano passado, foram notificados na Paraíba 6.841 casos suspeitos de dengue e seis óbitos confirmados. No Brasil, as ocorrências da doença provocadas pelo Aedes aegypti tiveram aumento de 15,8% em 2023. A variação climática, ondas de calor, aumento das chuvas, número de pessoas suscetíveis às doenças e a mudança na circulação de sorotipo podem ter contribuído para o aumento dos registros.

Quase 75% dos criadouros do mosquito estão nos domicílios como em vasos e pratos de plantas, garrafas e recipientes plásticos, bebedouros e pequenas fontes ornamentais

As informações, divulgadas pelo Ministério da Saúde em dezembro, também apontam 1,6 milhão de notificações da doença no último ano. O MS prevê, ainda, o aumento de casos de dengue durante o verão brasileiro, especialmente pela combinação entre calor e chuva intensos.

O Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) e o Levantamento de Índice Amostral (LIA), indicam que 74,8% dos criadouros do mosquito da dengue estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas e recipientes plásticos, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados, canos).

Os números mostram ainda que depósitos de armazenamento de água, como tambores, cisternas e depósitos aparecem como segundo maior foco de procriação dos mosquitos, com 22%, enquanto depósitos de pneus e lixo têm 3,2%. Nesse sentido, a Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa vem realizando visitas diárias dos agentes de endemias. “Realizamos arrastões de combate ao Aedes em comunidades e áreas indicadas como médio risco através do LIRAa, além de campanhas educativas visando a prevenção a proliferação do mosquito”, afirma Pollyana Dantas, diretora Vigilância Ambiental e Zoonoses da SMS.

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Lixo jogado nas ruas, como pneus, pode ser criadouro do mosquito - Foto: Edson Matos

Ela acrescentou que, permanentemente, são feitas visitas a pontos estratégicos, em áreas consideradas de risco como cemitérios, borracharias e depósitos de reciclagem. “Monitoramos constantemente com trabalho preventivo e quando necessário, realizamos a eliminação de focos. A ação acontece em toda a capital, com foco no Distrito Industrial e Mecânico, além da orla, Parque Solon de Lucena (Lagoa), Terminais de Integração, parques e mercados públicos”, afirma a diretora, lembrando que além do trabalho de campo, a secretaria também promove palestras educativas em pátios de obras de construtoras, escolas, presídios e associações comunitárias.

Cuidado redobrado

Moradora de uma região próxima à Mata do Buraquinho, no bairro de Jaguaribe, em João Pessoa, a dona de casa Patrícia Trindade redobrou os cuidados depois da família ser acometida pela doença em 2022. “Eu, meu marido e meus dois filhos ficamos doentes, um atrás do outro. Inclusive achei que podia ser Covid. Aqui tem muito mosquito por conta da mata, mas eu presto atenção o tempo todo na água das plantas e dos cachorros, e também na casa dos vizinhos. Se depender de mim, aqui ninguém adoece mais”.

Os principais sintomas da dengue são facilmente confundidos com sintomas gripais: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo e náusea. O aparecimento de manchas vermelhas na pele, sangramentos (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes podem indicar um sinal de alerta para dengue hemorrágica, quadro grave que necessita de imediata atenção médica, pois pode ser fatal. É importante procurar orientação médica ao surgirem os primeiros sintomas da dengue.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 10 de janeiro de 2024.