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saúde infantil

Casos de SRAG sobem 70% em JP

publicado: 08/07/2024 08h59, última modificação: 08/07/2024 09h19
Dados referem-se à comparação entre o período de março a junho deste ano e o quadrimestre anterior
Criança © Divulgação_Secom-PA.jpg

Para evitar essas doenças, recomenda-se não expor recém-nascidos e bebês pequenos em locais fechados e com muitas pessoas | Foto: Divulgação/Secom-PA

por Lara Ribeiro (Especial para A União)*

Em crianças, os casos de  Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) são mais frequentes entre março e junho do que em outros meses do ano. Neste ano, os atendimentos a esse público, nesse período, teve aumento de 70%, em relação ao quadrimestre anterior, no Hospital Infantil Arlinda Marques, em João Pessoa. O total, em números absolutos, foi de 17.415 notificações — abril foi o mês com maior número de registros, contabilizando mais de seis mil.

De acordo com o médico José Cassimiro, as infecções respiratórias podem acontecer ao longo de todo ano, mas são mais incidentes quando há mudanças marcantes de temperatura e umidade. “Nesse período, é mais fácil a circulação dos vírus, por exemplo, como o vírus sincicial respiratório, um dos causadores da bronquiolite”, explica.

O pediatra e diretor técnico do Complexo Pediátrico do hospital, Ariano Brilhante, acrescenta que as SRAG mais comuns costumam se dividir em dois grupos: infecciosas e alérgicas. Entre as infecciosas, as principais são a pneumonia e a bronquiolite; entre as alérgicas, a asma é a maior representante. “No caso da pneumonia e da bronquiolite, a transmissão ocorre pelo contato com outras pessoas que estão doentes, através do ar e de gotículas. Já as doenças alérgicas não são transmitidas, fazem parte do sistema imunológico da criança”, diz.

Outras doenças respiratórias que são bastante comuns na infância são os resfriados, faringites, sinusites e otites. As bronquiolites e as otites médias acometem, principalmente, bebês que ainda estão amamentando — aqueles menores de dois anos. “As pneumonias, por sua vez, incidem em todas as faixas etárias, e as sinusites costumam se apresentar com mais frequência nos maiores de quatro anos”, retoma Cassimiro. Ele ressalta que essas doenças contagiam mais facilmente as crianças cujo esquema vacinal não está completo.

Em relação aos sintomas, é comum que sempre envolvam o trato respiratório. “Mas vão depender da estrutura e do órgão acometido. Nos resfriados comuns, observamos febre com secreção e obstrução nasal, com ou sem tosse. Já nas pneumonias, por exemplo, o cansaço será um sintoma marcante, junto com a febre e a tosse”, reforça.

Tratamentos

“As infecções causadas por vírus costumam ser autolimitadas, e o tratamento será o que chamamos de suporte, para alívio dos sintomas. Já para lidar com as infecções bacterianas, precisamos lançar mão do uso de antibióticos”, explica Cassimiro. Segundo ele, em casos leves, deve-se optar pelos cuidados em casa, como a lavagem nasal e a administração de medicamentos sintomáticos. Já nos casos em que a criança tenha uma piora no estado geral ou fique mais cansada, é necessária uma avaliação médica.

Para evitar essas doenças, além de um bom acompanhamento dos responsáveis, recomenda-se evitar a exposição de recém-nascidos e bebês pequenos em locais fechados, com grande circulação de pessoas, e o contato com pessoas gripadas. “Também é importante manter o calendário vacinal sempre atualizado e levar as crianças às consultas de puericultura com pediatra, regularmente”, conclui o médico.

 *Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 06 de julho de 2024.