Depois de 33 dias de festas em Campina Grande, chegou a hora de se despedir. E não há nada que ilustre melhor a despedida d’O Maior São João do Mundo do que contemplar a desmontagem da estrutura do local que representa os festejos juninos na cidade: o Parque do Povo.
Para os barraqueiros e empreendedores que trabalharam todas as noites de junho no núcleo do forró, o sentimento é de comemoração. José Ventura, dono da Bodega do Ventura, disse que vai passar os próximos 15 dias descansando. “O resultado foi muito bom, com faturamento de quase 30% a mais do que no ano passado, o que me surpreendeu muito. Foi perfeito, mas o cansaço chegou. Trabalhei aqui durante 30 dias, das 15h às 3h, então, agora vou aproveitar para dormir”, contou.
Para ajudar a desmontar a Bodega, o empreendedor contou com oito pessoas e um caminhão de transporte. Diferentemente da montagem, o processo de desarmar o restaurante é mais fácil. “Para montar, nós levamos cerca de 15 dias. Para desfazer é mais fácil. No fim da tarde, já está tudo pronto e limpo”, disse.
Para alguns, o processo de reunir todo o material e retirá-lo do Parque do Povo começa logo que acaba a festa. Flávio Rocha, proprietário da Barraquinha Bum Bar, preferiu deixar o sono para depois. Tão logo terminou o último show, às 4h, ele já iniciou a desmontagem da sua barraca. “A gente dorme mais tarde. Aqui está todo mundo muito feliz, porque o lucro deste ano foi bom. Ninguém nem sente o cansaço”, brincou.
O resultado foi muito bom, com faturamento de quase 30% a mais do que no ano passado, o que me surpreendeu. Foi perfeito, mas o cansaço chegou -- José Ventura
Com o acréscimo de mais 40 mil m2 no espaço do Parque do Povo, a observação de aumento no faturamento é uma unanimidade entre os barraqueiros. Neusa Lima, dona da Chugatinho, barraca de espetos, conta que as vendas cresceram 40%. “Foi muito melhor do que eu esperava. Com o dinheiro que eu faturei, vou quitar o empréstimo que fiz e ainda aplicar uma parte para ter um capital de giro. Ou seja, no ano que vem, é provável que eu não precise de empréstimo”, comemorou.
Gicélia Henrique, representante da Associação dos Comerciantes de Barracas Físicas e Ambulantes das Festas Juninas e Culturais de Campina Grande (Acobafej), disse estar contente com os bons resultados dos comerciantes que atuaram no São João. “Tivemos aqui, só na área de show, 34 ambulantes trabalhando, todas as noites. Nos quiosques, foram mais 42. Ao todo, são cerca de 150 pessoas tirando sua renda dessa festa”, contabilizou.
Cenografia
Enquanto o desmonte das barracas é feito pelos próprios comerciantes, que dispõem de 48 horas para tal, o da estrutura do palco e da cidade cenográfica é responsabilidade da Arte Produções, organizadora do evento. Monique Fernandes, produtora-executiva da empresa, disse que os comerciantes começaram a desmontar, encaixotar o seu material e fazer a limpeza dos seus espaços, retirando toda a decoração, por volta das 4h. Somente às 8h de ontem chegaram os veículos autorizados para recolher o material.
Depois da retirada das estruturas dos comerciantes e dos patrocinadores, teve início a desmontagem das estruturas de cenografia-padrão do evento, assim como pisos, coberturas e estruturas de paredes dos demais espaços. Em paralelo a isso, segundo Monique, é feita a desmontagem do palco principal, seguindo por áreas dos camarotes, palco cultural e estruturas colocadas no Açude Novo. “O prazo máximo de retirada de todas as estruturas é até o final do mês de julho”, completou a produtora.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 02 de julho de 2024.