Campina Grande foi considerada a terceira cidade mais inovadora do país e a primeira do Nordeste, segundo o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE), da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), divulgado na segunda-feira. A pesquisa avaliou o desenvolvimento da atividade empreendedora das 101 cidades mais populosas do Brasil. No mesmo ranking João Pessoa figura na 37ª colocação.
São considerados cinco indicadores: Proporção de Mestres e Doutores em C&T (Ciências, Tecnologia, Engenharias e Matemática); Proporção de Funcionários em C&T; Média de Investimentos do BNDES e Finep; Infraestrutura Tecnológica, que remete à presença de parque tecnológico na cidade; Contratos de Concessão, que se pauta no percentual de contratos de propriedade intelectual depositados por empresa.
Cinco cidades se destacaram no determinante Inovação: Florianópolis (SC), que saiu da 3ª posição no ICE de 2022 para a primeira no ICE de 2023; Limeira (SP), que saltou da 25ª posição para a 2ª; Campina Grande (PB), que avançou três posições e está agora no terceiro lugar. Conforme o estudo, Campina se projetou mais fortemente pelos Outputs. Além disso, nos indicadores, individualmente, a cidade paraibana despontou entre as que apresentam maior proporção de mestres e doutores formados nas áreas de ciência e tecnologia.
Campina Grande, além de ter um Polo Tecnológico que reúne empresas de base tecnológica, possui instituições como a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), além de escolas técnicas e centros de apoio à pesquisa como a Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTcPB).
A avaliação considera inegável que boa parte da proeminência da cidade se dá pelo engajamento da UFCG, que foi a instituição que mais registrou patentes no país, totalizando 96 registros, o que representa 1,82% da participação nacional.
O secretário de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior, Cláudio Furtado, acrescentou que o resultado alcançado por Campina Grande é o reconhecimento do que vem sendo produzido na cidade a partir da UFCG, UEPB, IFPB e Parque Tecnológico, que é um dos mais antigos do país. Ele ressalta ainda a presença do Centro de Inovação e Tecnologia Telmo Araújo (Citta), funcionando com prestação de serviço a empresas do mundo inteiro.
“O 5g que hoje está sendo colocado no Brasil teve a participação da UFCG e grupos de Campina Grande. Isso reflete no ecossistema da cidade, são empresas que surgem devido a esse ecossistema implantado, se cria uma ambientação para levar a cidade a essa classificação”, pontuou o secretário.
Furtado ressaltou que investir em tecnologia e inovação é uma das prioridades do Governo do Estado, que investiu R$ 170 milhões no setor, na gestão João Azevêdo. “Tudo isso mostra que o governador tem a pesquisa com um dos pilares de desenvolvimento do estado”, destacou. O objetivo principal é aliar a inovação às atividades que integram os eixos de desenvolvimento da Paraíba, a exemplo da ovinocaprinocultura e energias renováveis.
Ainda neste ano o Governo do Estado deve concluir as obras do Parque Tecnológico Horizontes de Inovação, em João Pessoa. O objetivo é que o ambiente fortaleça o estado como gerador e produtor de tecnologias, fomentando novas empresas, pesquisas e desenvolvimento.
A pretensão é ainda impulsionar o avanço da inovação especialmente nas áreas das tecnologias sociais para a saúde, tecnologias educacionais, a economia criativa, soluções governamentais, turismo, planejamento urbano e cidades inteligentes e de tecnologias sustentáveis.
*Matéria publicada na edição impressa de 30 de março de 2023.