Rodrigo Rodrigues e Iluska Cavalcante - Especial para A União
Quatorze horas foram o suficiente para preencher, ontem, o volume esperado de chuvas de todo o mês de janeiro em João Pessoa. No período entre 2h e 10h da manhã choveu aproximadamente 71 milímetros de água. Até as 16h, de acordo com dados pluviométricos da Defesa Civil da capital, esse número subiu para 83 milímetros, enquanto a previsão para todo o mês de janeiro é de 80 milímetros. Segundo a Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa), a previsão é que o tempo permaneça instável em todo o Estado nos próximos dias.
Os bairros do Grotão (80,4 milímetros), Cristo Redentor (64,0 milímetros), Cuiá (59,6 milímetros) e Centro (43,8 milímetros) registraram os maiores índices de volume de água em João Pessoa na manhã de ontem, segundo a Aesa.
A estação mais quente do ano é comumente ligada a dias ensolarados, alta luminosidade e muito calor. No entanto, a temperatura alta dessa época do ano é também a causa das chamadas chuvas de verão. A decorrência dessas chuvas é ocasionada pelo sistema meteorológico denominado de vórtice ciclônico de altos níveis.
“Chuvas fortes em janeiro são normais desde que o volume chegue até 50 mm, mas nas últimas 24 horas já ultrapassamos os 90 mm”, afirmou Noé Estrela, coordenador da Defesa Civil de João Pessoa. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as chuvas devem continuar de maneira esparsa até a próxima quinta-feira (21).
Medidas preventivas
Equipes da Defesa Civil já estão visitando diversas localidades que são consideradas de risco para detectar e prevenir possíveis problemas. “Fizemos um intenso trabalho preventivo e estamos vendo agora os resultados. Temos algumas áreas tradicionalmente críticas, como nos Bancários e próximo à CBTU, mas não registramos maiores problemas”, explicou Estrela.
Segundo ele, a Operação “João Pessoa em Ação – Força Municipal de Prevenção de Riscos”, que reúne ações integradas, diariamente, em vários pontos da cidade, ajudou na prevenção de ocorrências mais graves. O objetivo da operação é coibir os efeitos das chuvas e evitar transtornos para a população em áreas consideradas de risco e com possíveis pontos de alagamento durante o período chuvoso.
A ação é coordenada pela Defesa Civil Municipal e envolve as Secretarias de Infraestrutura (Seinfra), Desenvovimento Urbano (Sedurb), Desenvolvimento Social (Sedes), Meio Ambiente (Semam) e a Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur).
Alagamentos
De acordo com o engenheiro adjunto da Defesa Civil de João Pessoa, Alberto Sadino, a grande quantidade de chuva de ontem ocasionou alagamentos em nove pontos da cidade. Entre eles estão a Avenida Sérgio Guerra, no bairro dos Bancários; Avenida Epitácio Pessoa, próximo ao Colégio Lourdinas; Rua Maciel Pinheiro, no Varadouro; Avenida Lourenço Cézar, no bairro Esplanada e Rodovia BR-101, km 4, próximo ao Atacadão.
A situação foi pior no bairro do Grotão. O trecho de drenagem do Rio Cuiá transbordou inundando oito casas. Segundo a Defesa Civil de João Pessoa, as famílias foram transferidas para um abrigo, em uma escola no Grotão. O engenheiro adjunto da Defesa Civil explicou que a limpeza do canal de drenagem está sendo realizada para evitar maiores problemas no local.
Além disso, os congestionamentos também causaram dor de cabeça ao paraibanos. Segundo a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob), ocorreram congestionamentos no bairro dos Bancários, em frente a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), no Varadouro, e na Avenida Tancredo Neves, sentido centro - praia.
De acordo com a assessoria do Aeroporto Internacional Castro Pinto, dois pousos sofreram o impacto das chuvas. O avião da companhia aérea Gol, que veio do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro-Galeão, teve o seu pouso atrasado aproximadamente duas horas, e o da companhia TAM, vindo do Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos, atrasou cerca de uma hora.