No início da manhã de ontem choveu 28,4 milímetros em João Pessoa no período de apenas uma hora. O volume de água causou alagamento de avenidas, lentidão no trânsito e um novo deslizamento na barreira do Castelo Branco, às margens da BR-230. Os motoristas que trafegaram pela rodovia federal enfrentaram um congestionamento que chegou a sete quilômetros, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Detritos ficaram espalhados em uma das faixas da rodovia, que foi bloqueada por segurança. No final da tarde houve um novo bloqueio, desta vez para retirada das manilhas que tinham sido colocadas no final de semana. O serviço de limpeza causou um congestionamento com cinco quilômetros de extensão.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que houve uma “tromba d’água” na cidade. “À medida que o solo vai ficando encharcado aumenta a tendência de ocorrências, principalmente alagamentos nos trechos históricos onde o subdimensionamento da rede de coleta pluvial dificulta o escoamento mais rápido das águas”, explicou o coordenador da Defesa Civil, Kelson Chaves.
O monitoramento feito pelo órgão mostrou que Tambauzinho foi o bairro onde mais choveu, com 28,6 mm, seguido por Manaíra, com 25,4 mm. No Centro, o volume de chuva atingiu 24,2 mm, enquanto no Cuiá foram registrados 23,6 mm. Grotão e Cristo apresentaram volume de 18,2 mm e 9,6 mm, respectivamente.
Trovões e relâmpagos assustaram moradores da capital por conta da intensidade volume sonoro. A meteorologista da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), Marle Bandeira, explicou que os trovões ocorrem a partir da formação de nuvens do tipo cumulonimbus, que estão associadas a chuvas mais fortes, trovões e relâmpagos.
“As moléculas se atraem causando o barulho. Como a velocidade do som é menor do que a luz, você vê primeiro a luz do relâmpago e depois escuta o barulho do trovão”, destacou. Ela reforçou que durante a tempestade é perigoso permanecer no mar, piscina ou locais descampados.
Inmet emite alerta para várias regiões da Paraíba
Durante o período em que choveu na cidade foram registradas 10 ocorrências, todas relacionadas a alagamentos de vias públicas. Kelson Chaves afirmou que todas as ocorrências foram monitoradas pela central da Defesa Civil e acompanhadas por equipes técnicas, porém, não houve relato de gravidade.
Quem precisou dirigir enfrentou lentidão no trânsito por conta dos alagamentos. Segundo a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob-JP), houve alagamento na avenida principal dos Bancários, no cruzamento da avenida Beira Rio com a rua Antônio Gama e na avenida Sanhauá, em frente à sede da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).
Para hoje a previsão é de que as chuvas continuem em João Pessoa, podendo acontecer em qualquer momento do dia. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta de perigo, com previsão de chuvas intensas até as 10h na capital e em Alhandra, Bayeux, Caaporã, Cabedelo, Conde, Pedras de Fogo, Pitimbu e Santa Rita.
Pode ocorrer chuvas de até 100mm por dia, além de ventos intensos, de 60 a 100 km/h. Corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas são riscos previstos.
Aesa mantém estado de atenção e prevê chuvas para as áreas do Agreste, Brejo e Litoral até o Alto Sertão, Sertão e parte do Cariri
A Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa) permanece em estado de atenção, já que a previsão é de chuvas de intensidade moderada a forte sobre as regiões do Agreste, Brejo e áreas do Litoral, estendendo-se para as regiões do Alto Sertão, Sertão e parte do Cariri.
“Ressalta-se que as pancadas significativas de chuva previstas para estas áreas do aviso poderão ser localizadas. O impacto do sistema meteorológico previsto sobre uma determinada área dependerá, principalmente, do grau de vulnerabilidade de cada local”, diz o aviso meteorológico.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 22 de março de 2023.