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Município registrou o maior índice pluviométrico do estado, com 218,4 milímetros nos quatro primeiros dias do ano

Chuvas fortes alagam ruas e casas em Cachoeira dos Índios

publicado: 05/01/2022 09h05, última modificação: 05/01/2022 09h05
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Ruas ficaram alagadas em Cachoeira dos Índios, principalmente na Zona Rural. Foto: Divulgação/Prefeitura de Cachoeira dos Índios

por Ana Flávia Nóbrega*


O ano de 2022 começou com chuva para parte dos municípios paraibanos. No Sertão, a cidade de Cachoeira dos Índios é o maior destaque. O município é a cidade com maior concentração de volume de chuvas entre as 223 cidades paraibanas, segundo a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa). Ao todo foram observados 218,4 milímetros de chuva durante os quatro dias de janeiro.

Com o volume, açudes e reservatórios de água começaram a transbordar e sangrar, chegando a afetar casas e famílias da cidade. De acordo com Valdez Vieira, secretário de Saúde do Município, a situação levou a prefeitura do município a criar uma equipe com integrantes de todas as secretarias que compõem a gestão, na criação do comitê de enfrentamento, para fazer levantamento a respeito dos impactos e perdas.

Integrante do grupo, Fagner Correia, secretário de Cultura, informou que os mananciais estavam secos e, com as chuvas ocorridas do fim de 2021 ao início deste ano, acabaram enchendo os reservatórios e ocasionando sangria.

“A demanda do ano passado levou a secar os açudes de suporte maiores, então como as chuvas foram intensas, todos os açudes pequenos não suportaram as demandas dos córregos (e sangraram). Inclusive alguns chegaram a lavar a parede, comprometendo e colocando em risco toda a população cachoeirense.”

Dois açudes localizados no Sítio São Joaquim, com água que abastece a cidade, e um no Sítio Redondo de Baixo, são as maiores preocupações da cidade por conta da alta demanda de água e com o aparecimento de crateras que podem comprometer a estrutura.

“Foi observada a existência de cratera, meio que grandes, na parede de um dos reservatórios. Mas a prefeitura já fez a locação de máquinas e equipamentos para que a revitalização seja feita para garantir a segurança das famílias que residem e que podem estar em perigo caso esses açudes possam desabar”, informou Fagner Correia.

De acordo com os secretários, há ocorrências de famílias desabrigadas, mas o número ainda não foi contabilizado, devendo ser informado nos próximos dias.

“Foram muitos os estragos. Houve casas inundadas, mais de 60% da Zona Rural de Cachoeiras ficou intransitável por conta das crateras nas estradas com muitos pontos críticos, os rios transbordaram, chegando a inundar casas, deteriorar objetos e móveis das famílias. Há notícias ainda de desabamentos e cercas derrubadas próximos aos rios, os agricultores tiveram que soltar os animais para que eles pudessem sair e não fossem tomados pela água”, finalizou o secretário de cultura.

Segundo o Inmet, a cidade continua com alerta de chuvas intensas e perigo potencial. Além da cidade, outros 41 municípios paraibanos possuem o alerta.

O município de Igaracy também na lista do alerta. É a segunda cidade com maior índice pluviométrico registrado no mês de janeiro com 206,0 mm. A lista segue com Marizópolis (174,5 mm), Bernardino Batista (169,7 mm), Santa Helena (167,0 mm), Nazarezinho (160,0 mm), São João do Rio do Peixe/Antenor Navarro (159,1 mm), Sousa/São Gonçalo (154,7 mm), Pedra Branca (142,3 mm) e Aparecida (134,6 mm).

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 05 de janeiro de 2021