Com mais de oito meses em execução, a obra de contenção da barreira do Castelo Branco, localizada no km 19 da BR-230, sentido Cabedelo, encontra-se na fase de correção da inclinação do talude, estrutura que garantirá a estabilidade da encosta. Orçada em R$ 8,3 milhões, com recursos exclusivos do Governo Federal, a obra é de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
No momento, os trabalhadores estão colocando os grampos e o concreto projetado sobre tela de aço, na parte superior e mais sensível da barreira. Na parte inferior, será implantada uma estrutura do tipo gabião, para a contenção de deslizamentos e evitar a possível queda de detritos. Além disso, será feita uma drenagem complementar, de modo a disciplinar as águas superficiais.
O período chuvoso costuma interferir negativamente em obras de movimento de terra — e foi o que aconteceu no serviço da barreira, segundo informações do Dnit. Durante os meses de abril a julho, o trabalho foi afetado pela grande quantidade de chuvas ocorridas em João Pessoa. Mesmo assim, o órgão mantém a previsão de entrega para dezembro deste ano.
Perda vegetal
De acordo com o Dnit, a ocupação desordenada na parte superior da área, ao longo das décadas, ocasionou a perda da vegetação que reveste a barreira. Com a impermeabilização (pavimentação) do solo, as águas da chuva passaram a erodir o paramento do talude.
Dácio Lacerda, chefe local do Dnit, unidade João Pessoa, destacou a necessidade da realização dessa obra para eliminar um ponto crítico da rodovia, sujeito a deslizamentos e escorregamento de solo, devido ao processo erosivo do local. “Isso vai dissipar definitivamente tal ocorrência e, assim, propiciar mais segurança operacional, não só para os usuários da rodovia como também para as comunidades que vivem nesse espaço”, frisou.
Moradores
Antes do início das obras, foi necessário transferir algumas pessoas que residem na localidade. A realocação dos moradores da comunidade Santa Clara, situada no Castelo Branco, foi feita pela Prefeitura de João Pessoa, por meio do Programa João Pessoa Sustentável. O programa é responsável pelo mapeamento e cadastramento das famílias, bem como pela retirada daquelas que estão em área de risco. Dentre as alternativas de reassentamento, o programa está construindo os conjuntos habitacionais Beira Rio e Santa Clara.
Outra modalidade do programa é a Compra Assistida, destinada, prioritariamente, a famílias que tiveram de deixar suas casas porque o imóvel foi interditado pela Defesa Civil. Ele assiste famílias das oito comunidades que compõem o Complexo Beira Rio (CBR): Santa Clara, São Rafael, Tito Silva, Padre Hildon Bandeira, Miramar, Vila Tambauzinho, Cafofo Liberdade e Brasília de Palha. A prefeitura adquire um imóvel, em local seguro, escolhido pelas famílias residentes de área de risco, com o valor de até R$ 115 mil. Até o momento, 30 famílias da comunidade Santa Clara foram beneficiadas.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 04 de setembro de 2024.