Uma série de apresentações celebrará, na Paraíba, a relação de amizade entre Brasil e Portugal, por meio da música e da dança. É o projeto Canto em Além-Mar, que será realizado, da próxima sexta-feira (21) até o dia 28 deste mês, nos municípios de Areia, Campina Grande e João Pessoa. Totalmente gratuito, o espetáculo reunirá o Coro Sinfônico da Paraíba e o grupo Trança, da cidade portuguesa de Lamego, com participação especial do Grupo Folclórico do Sesc Paraíba.
A primeira da agenda de performances ocorrerá às 19h da sexta (21), no Hotel Bruxaxá, em Areia. Já no próximo domingo (23), às 20h, o Trança encerrará o Festival Paraibano de Coros (Fepac), na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, no Espaço Cultural José Lins do Rêgo, em João Pessoa.
Nos dias 26 e 28 de novembro, às 19h, o Canto em Além--Mar promove o encontro internacional nos Teatros do Sesc da capital e de Campina Grande, respectivamente. O principal concerto da série está previsto para o próximo dia 27, no mesmo horário, no Theatro Santa Roza, em João Pessoa.
O diretor-executivo da Orquestra Sinfônica da Paraíba (OSPB), Márcio Carvalho, exaltou a iniciativa de unir e valorizar as culturas e tradições dos dois países. “Neste mês, a OSPB comemora 80 anos de história, e ter conosco a parceria com o Grupo Trança, vindo de Portugal, simboliza o alcance dos trabalhos feitos, aqui, com o nosso Coro Sinfônico. Que possamos ampliar esses horizontes e levar o nome da Paraíba a outros lugares, assim como continuar despertando interesses do mundo todo na produção artística da cena cultural paraibana”, pontuou. De fato, após uma temporada no Brasil, o espetáculo segue para Portugal, em janeiro do próximo ano, quando será apresentado em Lamego.
Para o maestro Daniel Berg, regente do Coro Sinfônico da Paraíba, a iniciativa marca um momento singular na trajetória do grupo. “É com imensa alegria que vivemos esse momento tão especial, através do projeto Canto em Além-Mar. Este intercâmbio cultural entre o Coro Sinfônico da Paraíba e o Trança tem sido uma experiência única e profundamente enriquecedora para todos nós. Receber os artistas portugueses na Paraíba é uma honra e um prazer imenso. As trocas de saberes, de sons e de afetos têm revelado o verdadeiro sentido da cultura como elo entre os povos”, refletiu o maestro.
Daniel ressaltou, ainda, a importância da participação do outro grupo paraibano no palco: “A presença do Grupo Folclórico do Sesc soma ainda mais cores e ritmos a essa grande celebração, tornando tudo mais plural e vibrante. Apresentarmos juntos, partilhando o palco e as emoções nos principais teatros do estado, é um verdadeiro encontro de corações e vozes que se entrelaçam, formando uma autêntica ‘trança cultural’ entre Portugal e Paraíba”.
Projeto combina tradições em canto e dança
Fundado em 1960, o Coro Sinfônico da Paraíba é o grupo vocal oficial da OSPB, considerado um dos mais tradicionais do Nordeste. Reunindo cantores de diferentes idades e formações, o coro tem como missão, segundo seus responsáveis, difundir a prática do canto coral e democratizar o acesso à música de qualidade. Seu repertório abrange desde as grandes obras sacras e eruditas até composições contemporâneas e populares, refletindo a riqueza da cultura brasileira.
Além das temporadas sinfônicas, o grupo realiza concertos didáticos e populares, visando fortalecer seu papel educativo e social. Ao longo das mais de seis décadas de atuação, o coro também participou de festivais e encontros nacionais e internacionais.
Já seu regente e maestro titular, Daniel Berg, já se apresentou em diversas cidades da Europa, atuando em concertos e projetos de intercâmbio cultural. Atualmente, também trabalha como músico da Prefeitura Municipal de Sapé e exerce atividade pedagógica como professor de Educação Musical, ministrando aulas de musicalização infantil em escolas da capital.
O grupo português Trança, por sua vez, é um projeto formativo e social, fundado em 2009, que busca desenvolver processos criativos com grupos organizados por anos letivos, apostando na arte e na dança como ferramentas de inclusão e transformação comunitária. Tendo a dança como eixo central, a iniciativa trabalha práticas colaborativas que valorizam a escuta, o envolvimento das comunidades e o respeito às identidades culturais de cada território. Com atuação em áreas ligadas à educação e à cultura, o Trança estimula o encontro entre diferentes linguagens.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 18 de novembro de 2025.