O “banquetaço” realizado na, manhã de ontem, no Parque Solon de Lucena, pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), além de distribuir alimentos produzidos pela agricultura familiar para as pessoas que transitavam pela Lagoa, teve o objetivo maior de pedir a manutenção do Consea. Para a secretária da Economia Solidária do Estado, Valéria Aragão, “o banquetaço é um movimento simbólico, mas o grande objetivo é fazer com que o alimento volte a chegar na mesa do trabalhador, afinal é o alimento que dá dignidade às pessoas”, refletiu.
Ela disse ainda que o Governo do Estado é um grande parceiro do Consea, Governo Federal e parceiro do povo paraibano e vem trabalhando em vários programas com o objetivo de combater a fome no estado. “Ainda é grande o número de paraibanos que passa fome, mas, através do Consea, vamos lutar para que o alimento chegue à mesa dos paraibanos em todos os municípios. Esse programa beneficia a agricultura familiar, que cultiva alimentos sem agrotóxicos. O programa também beneficia os artesãos, que cada vez mais, mostram potencialidade através de seus produtos”, afirmou.
"É grande o número de pessoas que passa fome, mas, através do Consea, vamos lutar para que o alimento chegue à mesa das pessoas" - Valéria Aragão
Segundo o conselheiro do Consea, Arimatéia França, esse é um movimento nacional para conscientizar a população da segurança alimentar. “Bolsonaro desestimulou os municípios e os estados a não investirem na agricultura familiar e na distribuição da comida de qualidade. Mas neste governo, o Consea está voltando, mas precisa do apoio de toda a classe política para poder superar as dificuldades. Nosso desejo é não ver mais pessoas nos semáforos pedindo esmolas por causa da fome”, destacou Arimatéia.
Para o trabalhador do campo José Umberto da Silva Laurentino, “iniciativas como essa são muito importantes porque do jeito que estava, o destino dos pobres era morrer de fome. Nós trabalhadores do campo também esperamos que o Governo Federal libere mais terrenos para podermos trabalhar, plantando nosso próprio alimento”, reivindicou Laurentino.
O ‘banquetaço’, foi realizado simultaneamente em 15 cidades da Paraíba e a iniciativa tinha como meta a distribuição de mais de 15 mil refeições em todo o país, em sua maior parte preparadas com produtos da agricultura familiar e agroecológica. “Trata-se de um movimento político suprapartidário, que mobiliza a sociedade civil em defesa da boa alimentação.”, explicou Arimatéia França.
Ato popular resultou na distribuição de alimentos
Na Lagoa, os alimentos, a exemplo de macaxeira, milho verde, frutas e verduras, foram distribuídos às pessoas que passavam pelo Parque Solon de Lucena, das 8h às 12h, em tendas armadas pelos técnicos do Consea. O banquetaço foi organizado por entidades, movimentos sociais, Conselhos Estadual e Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, Secretarias do Estado e do Município, Sesc, através da Federação do Comércio-PB, conselhos de profissionais e universidades.
Nacionalmente, os órgãos têm se articulado em um movimento cujo intuito é festejar e trazer em pauta a necessidade de agilização de políticas públicas em todos os entes da federação para erradicar a fome e a miséria.
Fome
Em 2020, último levantamento realizado pelo IBGE, cerca de 272 mil moradores da Paraíba enfrentavam algum tipo de insegurança alimentar. Em todo o Brasil esse número chega a 33 milhões de pessoas. Arimatéia França lembra que o Consea, que foi desmobilizado nos últimos quatro anos (gestão 2019 -2022) vai retomar o seu papel de articulador nacional de políticas públicas voltadas para atender às famílias mais necessitadas.
Arimatéia enfatizou que a Campanha da Fraternidade da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tem como tema a fome e que na Paraíba, a campanha foi aberta na última quarta-feira (22), com a celebração de uma missa na Catedral Basílica Nossa Senhora das Neves. A missa foi celebrada pelo arcebispo metropolitano, Dom Manuel Delson. O arcebispo destacou que “não se pode fechar os olhos para a situação de fome no país”.
SERVIÇO
Restaurantes dos campi III e IV da UFPB retomam o fornecimento de refeições
Os restaurantes universitários dos campi III (Areia) e IV (Rio Tinto) da Universidade Federal da Paraíba estão normalizando o funcionamento nesta semana. Ontem, o restaurante do Campus Bananeiras voltou a fornecer as refeições e, amanhã, será a vez do Campus IV, localizado em Rio Tinto.
Em Bananeiras, a comunidade universitária poderá acessar o equipamento, mediante o pagamento da nova taxa de R$ 16,94 (almoço) e R$ 15,66 (jantar), a partir de 1º de março. Os estudantes assistidos, por sua vez, acessam os serviços do RU gratuitamente.
Já no Campus IV (Rio Tinto), o Restaurante Universitário retoma seu funcionamento a partir de hoje para toda a comunidade acadêmica. No Campus IV as taxas também são de R$ 16,94 e R$ 15,66, respectivamente, para o almoço e o jantar.
Cerca de 800 estudantes de cursos técnicos, de graduação e pós-graduação são assistidos diariamente no RU do Campus III. Em Rio Tinto, 270 alunos de graduação e pós-graduação realizam suas refeições no equipamento todos os dias.
Os RUs funcionam em dias úteis, para almoço das 10h30 às 13h, no Campus III, e das 11h às 13h30, no Campus IV. Durante o jantar, funcionam das 17h às 19h30 (Campus III) e das 17h30 às 19h30 (Campus IV). O cardápio de todos os RUs da UFPB é disponibilizado diariamente no perfil do Instagram da Superintendência dos Restaurantes Universitários (SRU), pelo endereço: https://www.instagram.com/ru.ufpb/.
A Universidade Federal da Paraíba esclarece que este é um contrato emergencial e que está em fase de licitação um outro contrato. Por decisão da Justiça, uma empresa teve o direito a suspender o contrato que estava em vigor, cabendo à Universidade Federal da Paraíba cumprir a decisão e, posteriormente, recorrer, o que foi feito pela Procuradoria Jurídica, mas não prosperou a ação.
Na ocasião, enviaram-se mensagens sobre esta demanda para 158 empresas dos estados de Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, tendo sido recebidas sete propostas. O menor e o maior valores globais foram, respectivamente, R$ 2.096.840,00 e R$ 2.176.000,00. Portanto, considerando o interesse público, optou-se pelo melhor preço.
*Matéria publicada originalmente no dia 28 de fevereiro de 2023.