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Galpão em mangabeira

Cooperados relatam más condições de trabalho

publicado: 20/06/2023 10h37, última modificação: 20/06/2023 10h37
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Cooperados afirmam que local é pequeno, além de apresentar problemas de infraestrutura elétrica e a presença de pombos - Foto: Roberto Guedes
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Foto: Roberto Guedes
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por Taty Valéria*

Em janeiro de 2020, um incêndio destruiu um galpão onde funcionava a Cooperativa de Reciclagem Acordo Verde, no bairro Jardim Cidade Universitária, em João Pessoa. Os cooperados que utilizavam o local para fazer o trabalho de seleção do material reciclado, foram alocados para outro galpão, em Mangabeira, onde dividem o espaço com outros grupos.

De acordo com a denúncia desses cooperados, o local é pequeno para tantos grupos, além de apresentar problemas de infraestrutura elétrica e a presença de pombos, que infestam o local. “O portão já caiu duas vezes e quase causa um acidente grave, o espaço é muito pequeno e não dá para fazer a classificação do material. Também tá infestado de fezes de pombos e quando tá no verão, a gente passa mal com o calor”, diz uma cooperada que pediu para não ser identificada.

Além desses problemas, a prensa que é utilizada para produzir os fardos de material reciclável, oferece riscos de choques elétricos. “A prensa só liga com chave de fenda, o quadro de energia está com fios soltos e expostos, quando chove, essa parede dá choque”, afirmou outro cooperado.

Um espaço do galpão, onde eram realizadas aulas para os cooperados, está inutilizado pelas chuvas e fezes de pombos. “As aulas tiveram que parar porque são muitos pombos, muita nojeira”, disse a cooperada. Os relatos também apontam a presença de cobras, ratos e baratas.

Pela falta de área para guardar o material coletado, muitas caixas de papelão e papéis são deixados do lado de fora, e as últimas chuvas na Capital, inutilizaram a coleta.
Um outro ponto de reivindicação diz respeito ao novo galpão, já construído pela Prefeitura de João Pessoa, no bairro de Mangabeira. Apesar de finalizado, o local continua fechado. “Se esse galpão novo começasse a funcionar, resolvia esse problema”, disse o cooperado.

Procurada, a Empresa Municipal de Limpeza Urbana (Emlur), informou que “inicialmente temos que destacar que a atividade dos catadores de materiais recicláveis é desempenhada de forma autônoma, seja de forma individualizada ou mediante participação em cooperativas ou associações”, afirmou Luiza Lins, assessora jurídica da autarquia.

Ainda de acordo com a assessora, “o papel da Emlur junto a estas associações/cooperativas, é de fomentar o desempenho da atividade por elas exercida. Nesse toar, conforme amplamente divulgado na imprensa, o Município de João Pessoa tem desenvolvido ações voltadas à implementação e ampliação da coleta seletiva de resíduos sólidos.Tais ações representam importante avanço às atividades desenvolvidas pelos catadores de materiais reutilizáveis, que terão acesso a uma maior quantidade de material a ser comercializado, contribuindo de forma significativa para a cadeia produtiva da reciclagem”, disse.

A resposta enviada também afirma que, a partir da celebração de termos de cooperação, o material reciclável coletado pela Emlur é destinado para as cooperativas e associações de catadores, aprimorando a logística das entidades. “Além disso, esta autarquia fornece equipamentos de proteção individual e alguns utensílios de trabalho destinados à triagem, classificação, processamento e comercialização dos resíduos recebidos”.

Sobre o novo galpão, Luiza Lins informou que o equipamento aguarda o maquinário. A previsão de entrega do local é o início de julho.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 20 de junho de 2023.