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CRM-PB aponta irregularidades em unidades de saúde de 28 municípios

publicado: 06/06/2019 09h49, última modificação: 06/06/2019 09h49
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Presidente do CRM-PB, Roberto Magliano, apresentou os dados das fiscalizações. - Foto: Foto: Roberto Guedes

tags: conselho regional de medicina

por Mércia Dantas*

O Conselho Regional de Medicina na Paraíba apresentou ontem dossiê da saúde pública paraibana, resultado de fiscalizações nos primeiros cinco meses deste ano nas unidades de saúde de 28 municípios, mantidas pelos governos federal, estadual e municipais com recursos do Sistema Único de Saúde e filantropia.

No documento, o conselho aponta a necessidade de proteção aos médicos - de cada dez profissionais, sete sofreram algum tipo de agressão em pleno exercício de suas atividades - e a criação de um Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração.

De acordo com pesquisa realizada pelo CRM-PB, 73,4% de 395 médicos entrevistados disseram que já sofreram algum tipo de violência no ambiente de trabalho. A violência verbal foi a mais relatada na pesquisa, com 94,6% dos casos,seguida da violência psicológica (54,4%) e da física (7%).

O dossiê, resultado de inspeções em 118 unidades de saúde do SUS, aponta ainda irregularidades como falta de insumos, condições insalubres apresentadas na infraestrutura dos prédios, número insuficiente de profissionais que influenciam no cuidado do paciente elevado risco ao exercício da medicina. O dossiê apresentado pelo conselho mostrou ainda que 54,5% destas unidades têm número insuficiente de médicos, 59,1% apresentam insumos e medicamentos insuficientes e 36,4% possuem deficiências estruturais graves. O presidente do CRM-PB, Roberto Magliano, disse que, após o levantamento dos problemas, o conselho buscou medidas junto aos governos estadual e municipais, onde estão as unidades com inconformidades, como também procurou as Promotorias de Justiça das Fundações, vinculadas ao Ministério Público.

Ele elogiou ontem a postura do governador João Azêvedo, ao demonstrar sensibilidade em dialogar com as entidades representativas da sociedade paraibana, quando recebeu o conselho numa audiência, no final do mês passado, para discutir algumas intervenções na saúde do Estado, como a  implementação de um Plano de Segurança Integrada nos ambientes de trabalho da categoria. 

Magliano informou ainda que, em diálogo com o governador João Azevêdo, foram sugeridas ações para melhorar o modelo de gestão  das organizações sociais que administram algumas unidades de saúde no Estado.

 

*matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 06 de junho