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Pedestres reclamam de desrespeito dos motoristas e das faixas apagadas

publicado: 21/09/2017 00h05, última modificação: 21/09/2017 07h22
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O Código Brasileiro de Trânsito diz que a sinalização das faixas deve ser visível e legível tanto de dia quanto à noite - Foto: Evandro Pereira

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Cardoso Filho

A faixa de pedestre foi criada para dar segurança ao pedestre quando ele vai atravessar uma rua ou avenida, porém nem os motoristas, nem os motoqueiros respeitam as faixas como deveriam, segundo opinião de pedestres no centro de João Pessoa. O pior é que em diversos bairros de João Pessoa, elas estão praticamente apagadas pela ação do tempo. As faixas apagadas podem ser vistas em bairros como Manaíra, Cristo, Rangel, Pedro Gondim, Bairro dos Estados e Torre, só para citar alguns com os mesmos problemas. Moradores inclusive exigem novas pinturas temendo serem atropelados durante uma travessia. Segundo informações da Semob existe cerca de 2 mil faixas de pedestres em João Pessoa.

O Código Brasileiro de Trânsito diz que a sinalização das faixas deve ser visível e legível tanto de dia quanto à noite, mas muitas faixas da cidade não estão mais visíveis, o que vem aumentando o número de reclamações entre os pedestres que se sentem inseguros quando desejam atravessar uma rua ou avenida em uma faixa apagada.

Por outro lado os motoristas também reclamam e afirmam que os pedestres muitas vezes são culpados pelos acidentes nas faixas porque não sabem esperar o momento certo para atravessar. O condutor de veículo Carlos Peixoto, contou que outro dia quase atropelou uma mulher na faixa de pedestre porque ele vinha a 60 quilômetros e ela desceu a calçada no momento em que ele estava muito próximo a faixa.

Sinalizar com a mão

“Tive que pisar forte no freio para evitar um grave acidente. As pessoas precisam entender que para atravessar uma faixa, precisam sinalizar levantando o braço e olhar para ver se os veículos estão com uma certa distância que permita que o condutor possa frear o carro com segurança”, alertou Peixoto.

O cadeirante Francisco dos Santos, que com todas as dificuldades de locomoção na cidade se desloca todas as semanas de sua casa para o centro da cidade, disse que motoristas e motoqueiros desrespeitam as faixas por falta de educação. “Praticamente em toda faixa de pedestre que vou atravessar corro risco de vida, porque os motoristas não têm muita paciência para esperar que um cadeirante atravesse uma rua. Acho que isso acontece por falta de educação mesmo. A maioria é ignorante”, desabafou o cadeirante Francisco.

A estudante universitária Marina Pereira, também compartilha a mesma opinião de Francisco, para ela o que falta mesmo no trânsito é educação e paciência. “As faixas já existem há anos, mas hoje, as pessoas que utilizam essas listras durante uma travessia continuam correndo risco de vida, por conta do desrespeito dos motoqueiros e condutores de veículos. Um pouco de educação seria a solução”.

O último registro de morte numa faixa de pedestre foi no bairro de Manaíra. A vítima foi um idoso e o atropelamento aconteceu a noite de segunda-feira (15 de maio), na avenida Maria Rosa. De acordo com a Polícia Militar, o idoso atravessava na faixa de pedestre que está praticamente apagada, quando foi atingido por uma moto que passava pela rua com o farol apagado. A vítima ainda chegou a ser socorrida para o Hospital de Trauma, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu.

Trabalho de revitalização

A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob-JP) é a responsável por implantar, manter e operar o sistema de sinalização horizontal e vertical do trânsito na cidade. Segundo informações do órgão, existe um trabalho constante de revitalização de faixas de pedestres e a meta é revitalizar com novas pinturas as faixas em todo o município.