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Estado investe na tecnologia de perícia médico-legal em CG

publicado: 24/09/2017 00h05, última modificação: 25/09/2017 08h56
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O flatscan, adquirido pelo Governo do Estado, teve um investimento de quase R$ 1 milhão - Foto: Cláudio Góes

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Chico José

O Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (Numol) do Instituto de Polícia Científica (IPC) em Campina Grande, agora dispõe de um equipamento de alta tecnologia; com 100% de precisão nas perícias; e com elevada rapidez na entrega aos familiares, de corpos de pessoas mortas em decorrência de ferimentos provocados por armas de fogo; com lesões internas; e com traumatismos resultantes de acidentes de trânsito e de quedas de alturas elevadas.

Trata-se do flatscan, uma modalidade de scanner para cuja aquisição e instalação o Governo do Estado investiu quase R$ 1 milhão. Com esse equipamento, instalado num espaço de 4,5 de largura, por 9 metros de comprimento, a equipe de peritos do Numol tem condições de fazer, em curto espaço de tempo, o escaneamento de mortos por arma de fogo ou que tenham ossos quebrados. “No momento, na Paraíba, um dos poucos Estados do país a adquirir esse equipamento, ele já funciona em Campina Grande há 30 dias”, adiantou Márcio Leandro da Silva, administrador do Numol na Rainha da Borborema.

Na avaliação de Márcio, o scanner para a perícia médico-legal representa um avanço tecnológico nesse tipo de atividade, indispensável à conclusão de inquéritos policiais. De acordo com ele, antes da chegada do equipamento, cadáveres que chegavam ao Numol com cinco disparos de arma de fogo, eram totalmente periciados, mas os projéteis não eram localizados. “Com a chegada com flatscan, 100% dos projéteis entranhados num cadáver podem ser visualizados, graças a essa nova tecnologia. Tanto projéteis como lesões podem ser localizados rápida e facilmente com o scanner”, comemorou Márcio Leandro.

Além da agilidade que o novo equipamento proporciona, o gestor Márcio Leandro aponta outro fator importante: “O melhor dele (o scanner) é que não emite qualquer tipo de radiação e uma visualização digital completa do cadáver que está sendo periciado. É um equipamento de extrema importância; e o avanço na tecnologia desse equipamento faz com que, o tempo de resposta para a entrega de cadáveres, seja muito mais rápida”, disse Márcio Leandro. Todos os detalhes do corpo periciado podem ser identificados numa tela com excelente qualidade de resolução.

Márcio exemplifica que, em determinadas situações, para a retirada de projéteis os peritos do Núcleo de Medicina e Odontologia Legal levam até três horas. Com o scanner essa tarefa pode ser desempenhada em pouco mais de uma hora, o que representa, segundo ele, um avanço considerável em termos de agilidade.

“Traumas e objetos que estejam no interior do cadáver; pode ser um corpo estranho ou objeto resultante de uma cirurgia; ou projéteis de diversos calibres de arma de fogo, podem ser perfeitamente identificados e removidos”, complementa o gestor do Numol de Campina Grande.

Márcio Leandro coordena uma equipe integrada por 10 peritos médico-legais. Ele explicou que, para a operação do novo equipamento, teve que passar por um treinamento intensivo com especialistas na área; e atuou como facilitador dos membros de sua equipe. O flatscan tem capacidade de funcionamento 24 horas.

Além da agilidade do trabalho pericial proporcionada por essa tecnologia, Márcio menciona outro fator que ele considera de grande importância: a desnecessidade de exumação de um cadáver para nova análise, caso sejam levantadas dúvidas sobre os tipos de armas empregados num homicídio; e a respeito de outras lesões que tenham provocado a morte do corpo submetido à perícia médico-legal.

Com cerca de três metros de comprimento, a máquina permite que diversos exames sejam realizados em corpos sem que seja necessário fazer qualquer corte. Usada por peritos, o scanner direciona o exame por meio da radiografia compartimentada, ou seja, por cada região do corpo a ser analisado. Só quem tem acesso a essa máquina são os peritos responsáveis. O scanner de corpos é uma máquina de origem brasileira. No Nordeste, afora a Paraíba que aderiu à moderna tecnologia, ela já foi adotada nos Estados do Ceará e Piauí.