por Beatriz de Alcântara*
A Paraíba registrou 3.057 acidentes causados com abalroamento em postes nos últimos cinco anos, de acordo com a Energisa, empresa gestora de energia elétrica no Estado. De acordo com uma análise da administradora, o período de verão e os meses de férias, com destaque para o mês de janeiro, apresentam um aumento de casos desses acidentes – as festas de fim de ano e o feriado do Carnaval contribuem com esse crescimento. Entre dezembro de 2021 e a primeira quinzena de janeiro ocorreram 90 acidentes com batidas em postes na Paraíba.
Segundo Heitor Galdino, coordenador de Saúde e Segurança da Energisa, é durante essa época do ano que os cuidados dos motoristas precisam ser redobrados, se mantendo mais atentos aos riscos e também buscando uma atuação preventiva. “Para isso, valem aqueles conselhos básicos: não dirigir após beber, respeitar os limites de velocidade, não usar celular enquanto dirige e manter uma distância segura em relação ao veículo da frente. É muito importante adotar uma atitude mais segura no trânsito, seja quando estiver como pedestre, como condutor ou como ciclista”, orientou Galdino.
A coordenadora da Educação para o Trânsito da Superintendência de Mobilidade Urbana de Cabedelo, Abimadabe Vieira, reforça essas orientações em relação ao condutor de veículos. Para ela, a distração é o principal fator que causa os chamados abalroamentos. “Esse acidente, além de trazer prejuízos à comunidade, como deixando pessoas sem energia elétrica, ou se esse poste está perto de hospitais ou clínicas, colocando a vida das pessoas em risco; ele também traz prejuízo para o trânsito”, alertou.
lém disso, a educadora para o trânsito ressalta que dependendo da velocidade e do veículo, como motocicletas, por exemplo, o impacto pode ser fatal. “O ideal é que quando o condutor estiver no seu automóvel ou conduzindo sua moto, reforce a atenção, principalmente nesse período carnavalesco. A pessoa que anda certo pode correr o perigo de se encontrar com alguém distraído ou embriagado e tem que sempre redobrar a atenção nas leis e na sinalização, principalmente”, pontuou Abimadabe Vieira.
Trabalho da Energisa
Uma das consequências causada nos postes a partir de um abalroamento é talvez gerar uma interrupção de energia elétrica na região, por exemplo. Nesse cenário existe uma instalação de religadores automáticos, chamado Self Healing, utilizada pela Energisa, que tem resposta em até um minuto depois que a ocorrência for identificada. Além disso, outro risco das batidas é o de ser necessário substituir o poste.
Outra forma de trabalho diante dessa situação é remotamente, isolando os defeitos causados pelo acidente. “O procedimento é realizado pelos técnicos da empresa que estão no Centro de Operação e que, com o uso da tecnologia, conseguem fazer as transferências das cargas remotamente, diminuindo o tempo de indisponibilidade de energia para os clientes. A transferência pode ser tão rápida que o cliente nem percebe a ocorrência”, explicou Danielly Formiga, gerente de Construção e Manutenção da Energisa.
Há outras técnicas e tecnologias que aceleram o tempo de resposta para os consumidores e também minimizam os impactos e prejuízos de um acidente como esse, mas em alguns casos esses recursos não conseguem ser utilizados. “Existem casos em que o dano à rede é tão grave que é necessário trocar mais de um poste. Mesmo com nossa tecnologia para minimizar a quantidade de clientes atingidos, o fornecimento da região mais próxima da ocorrência pode ficar comprometido durante as manobras da equipe”, finalizou Danielly.
Por conta disso, é necessário se manter atento ao trânsito a fim de evitar uma série de acidentes, incluindo os casos de batidas em postes. De acordo com o que é previsto no Código Civil, nos artigos 186 e 927, em situações de abalroamento em postes, o motorista responsável por causar o acidente deve custear os danos. Tratando-se da Paraíba, após o ocorrido, uma equipe da Energisa entra em contato com esse motorista para o ressarcimento dos valores do poste, do serviço e dos equipamentos a serem utilizados. Existe uma negociação que possibilita que esse pagamento seja feito à vista ou parcelado.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 25 de fevereiro de 2022