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Empresa é alvo de nova operação

publicado: 19/05/2023 14h57, última modificação: 19/05/2023 14h57
Mandado de busca e apreensão foi cumprido pela Polícia Federal em filial da companhia paraibana em São Paulo
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Braiscompany pode estar entre as investigadas na Comissão Parlamentar de Inquérito; detalhes serão divulgados após instalação - Foto: Divulgação

por Ana Flávia Nóbrega*

Uma operação da Polícia Federal (PF) para combater lavagem de dinheiro decorrente dos crimes contra o sistema financeiro e contra o mercado de capitais supostamente cometido por sócios de empresas especializadas em criptoativos foi deflagrada ontem. A Operação Select II, como foi denominada, é um desdobramento da Operação Halving que investiga a empresa Braiscompany, com sede em Campina Grande. De acordo com informações da Polícia Federal, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em São Paulo-SP, onde a empresa possui filial.

Em nota, a PF informou que aproximadamente R$ 2 bilhões em criptoativos foram movimentados em contas vinculadas aos suspeitos nos últimos quatro anos.

O nome Select II faz alusão à denominação do grupo de gerentes responsáveis pela maior captação de recurso para a empresa, que estão entre as vítimas do esquema investigado.

As investigações que colocam a Braiscompany no centro do esquema ocorre desde fevereiro deste ano, iniciada por denúncias de investidores que não estavam recebendo os vencimentos dos criptoativos mantidos na empresa. Após denúncias, a Operação Halving, com objetivo de combater crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais, foi deflagrada. Desde o início das ações da Polícia Federal, os empresários e donos da Braiscompany Antonio Neto Ais e Fabrícia Campos, esposa e sócia, estão foragidos após o pedido de prisão temporária. O casal está incluso na lista de procurados internacionais da Interpol.

Além dos pedidos de prisão temporária, foram cumpridos oito mandados de busca na sede da empresa e em um condomínio fechado, em Campina Grande, além de ações nas filiais de João Pessoa e São Paulo.

CPI vai investigar

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), determinou a criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar pirâmides financeiras que utilizam criptomoedas.

O ato de criação, determinado nesta quarta-feira (17), foi lido pelo 1o vice presidente da Mesa, deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP).  Os deputados paraibanos Gervásio Maia (PSB), Mersinho Lucena (PP), Cabo Gilberto (PL).

A CPI terá prazo de 120 dias, podendo ser prorrogada por mais 60 dias. O colegiado será formado por 32 titulares e 32 suplentes, que serão indicados pelas lideranças partidárias. Ainda não foi definida a data de instalação da CPI.

Proposta pelo deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) com o apoio de 171 deputados, a CPI vai investigar 11 empresas, identificadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que teriam realizado operações fraudulentas com uso de criptomoedas.

Essas empresas são acusadas de se utilizar de divulgação de informações falsas sobre projetos e promessa de rentabilidade alta ou garantida para atrair as vítimas e sustentar um esquema de pirâmide financeira. As comissões parlamentares de inquérito têm poderes de investigação semelhantes às autoridades judiciais. Podendo convocar autoridades, requisitar documentos e quebrar sigilos pelo voto da maioria dos integrantes.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 19 de maio de 2023.