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Empresas avaliam pedido de reajuste no transporte público

publicado: 11/11/2021 08h45, última modificação: 11/11/2021 08h59
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Foto: Ortilo Antonio

tags: #semob , #reajustedepreço , #2022 , #joaopessoa , #ônibus

por Lucilene Meireles*

O usuário do transporte público de João Pessoa poderá iniciar 2022 pagando mais caro pela passagem de ônibus. O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros (Sintur-JP) tem alertado que o preço do diesel está tornando o transporte inviável e a única forma de suprir os prejuízos seria o reajuste. A explicação está nas variações que o preço do diesel vem sofrendo. Atualmente, o valor cobrado nos ônibus da capital é de R$4,15, e a última vez que houve alteração no preço foi em janeiro de 2019.

Isaac Júnior, presidente do Sintur, frisou que as empresas estão enfrentando dificuldades devido à queda no número de passageiros (de 220 mil/dia para 140 mil/dia) e aos aumentos do combustível pela Petrobras. “Em função dos constantes aumentos verificados no período, principalmente o valor do óleo diesel, existe sim essa possibilidade”, afirmou sobre o reajuste. “Esses sucessivos aumentos anunciados dos combustíveis têm nos preocupado bastante. Para se ter uma ideia, o óleo diesel representa hoje, aproximadamente, 29% dos custos do transporte coletivo de passageiros”, destacou. Isaac Júnior afirmou que só em 2021, os aumentos representam mais de 60%, o que compromete não só a qualidade do serviço, mas a própria operação.

Conforme Isaac Júnior, as empresas estão tendo muitos problemas financeiros e, pela primeira vez, em duas ocasiões, chegaram a parcelar os salários dos motoristas devido à queda da receita este ano. Mesmo com o anúncio feito em outubro, pelo Governo do Estado, decongelamento dos preços nominais dos combustíveis por 90 dias, ele afirmou que pode não haver mais aumentos nesse período, mas já ocorreram ajustes que significam mais de 65% de elevação no preço do litro.

Em nota de posicionamento divulgada no dia 28 de outubro, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) informou que a omissão do Governo Federal diante dos sucessivos reajustes do óleo diesel, insumo que representa em média 26,6% do custo do transporte público coletivo no país, está forçando a insolvência das empresas operadoras e o colapso dos sistemas de transporte público organizado no Brasil.

O texto ressalta que muitas prefeituras e governos estaduais têm demonstrado sensibilidade com os efeitos da crise sobre a população, mas o Governo Federal não tem seguido a mesma cartilha. “O Governo Federal aceita que seja ofertado um serviço de baixa qualidade para o cidadão brasileiro, com ônibus lotados e longas filas de espera nas paradas e terminais, já que as empresas operadoras não dispõem mais das condições necessárias para o atendimento adequado à população”, destaca trecho.

Discussão para 2022

A análise de custos e de outras variantes, além do cálculo do valor técnico da tarifa é feito pela Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob), que informou ainda não ter reunido o Conselho Municipal de Mobilidade para discutir o assunto. “Não tivemos nenhuma reunião e não há nada programado. Provavelmente, o Conselho só irá se reunir no ano que vem”, declarou o superintendente da Semob, George Morais.