A Paraíba registra os seus dois primeiros casos autóctones de febre oropouche. A confirmação foi feita ontem, pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Gerência Executiva de Vigilância em Saúde. O caso autóctone é aquele que acontece quando a infecção ocorre no estado de origem do paciente, sem ter sido trazido por alguém que viajou para fora dos seus limites e voltou infectado — o que comprova a circulação do vírus. A SES fez um alerta para a prevenção e controle do agravo, que tem sintomas semelhantes aos de outras arboviroses, como a dengue e a chikungunya.
Os casos confirmados são de um homem de 42 anos, residente do município de Campina Grande, que teve os primeiros sintomas no dia 1o de outubro (febre de 39º C, dores pelo corpo, náuseas, dor de cabeça intensa, dores abdominais), passou por atendimento na UPA daquele município e segue com permanência de cefaleia (dor de cabeça) e náuseas. Ele está sendo acompanhado pela Secretaria Municipal de Saúde de Campina. O outro caso é de uma mulher de 41 anos, residente em Alagoa Nova, que também teve sintomas semelhantes, no mesmo dia 1o de outubro. Ela foi atendida na Unidade de Saúde da Família, segue sem sintomas e também está sendo acompanhada pela Secretaria Municipal de Saúde. Ela não está gestante.
Ontem pela manhã, o secretário de Estado da Saúde, Ari Reis, esteve com todos os secretários municipais de saúde da Paraíba, na reunião da Comissão de Intergestores Bipartite (CIB), quando destacou que a Secretaria de Estado da Saúde dará todo o suporte aos municípios. “Os pacientes que apresentarem esses sintomas terão o apoio da rede de urgência e emergência de pronto atendimento do estado. Além disso, estamos com vigilância ativa, em todos os municípios da Paraíba, realizando treinamento de equipes e capacitação nos protocolos, por meio da Gerência de Vigilância. Ou seja, estamos preparados, monitorando os cenários epidemiológicos e acompanhando tudo, junto com os grupos de trabalho de outros estados”, frisou.
A responsável técnica pelas arboviroses da SES, Carla Jaciara, reforçou a necessidade dos cuidados de prevenção e controle. “É importante procurar o serviço de saúde nos primeiros cinco dias de início dos sintomas, para que seja feita a coleta de forma oportuna e adequada, como também para que os profissionais fiquem atentos à sintomatologia, que é muito semelhante às de dengue e de chikungunya”, disse, ao informar que as amostras são encaminhadas para o Lacen, laboratório de referência no estado.
Transmissão
O transmissor da febre oropouche é o mosquito maruim, geralmente associado a regiões úmidas e com a presença de matéria orgânica — a fêmea do maruim procura locais com essa descrição, para depositar os seus ovos. Nas matas, os troncos de árvores em decomposição, as cascas de frutas caídas no chão, as bromélias, as beiras de riachos e a folhagem do solo são os locais preferenciais. Na área urbana, ela pode colocar ovos no quintal, se houver qualquer tipo de matéria orgânica acumulada no chão.
Saiba Mais
Formas de prevenção:
- Evitar a circulação em áreas que tenham casos já confirmados;
- Passar repelente no corpo — principalmente, as gestantes;
- Usar roupas que protejam a pele exposta;
- Limpar terrenos e locais de criação de animais;
- Recolher folhas e frutos que caem no solo;
- Usar telas de malha fina em portas e janelas;
- Eliminar os criadouros do mosquito;
- Não se expor no horário de pico do inseto — normalmente, no fim da tarde.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 10 de outubro de 2024.