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Ação do Governo da Paraíba será feita através da Secretaria de Representação Institucional junto ao Itamaraty

Estado trabalha pela repatriação de paraibanos na Ucrânia

publicado: 25/02/2022 09h00, última modificação: 25/02/2022 09h02
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Foto: Divulgação

por Ana Flávia Nóbrega*

Na madrugada de ontem, no horário de Brasília, o presidente russo Vladimir Putin autorizou ataques por terra, ar e mar contra a Ucrânia, após dias de tensão entre os países. A princípio, o chefe da Rússia afirmou que não atingiria civis, enviando forças apenas para áreas separatistas, no entanto, os cenários de conflito entre os países já chegam a atingir civis.

Desde as primeiras horas de ontem, o Governo do Estado da Paraíba, a partir de determinação do governador João Azevêdo, iniciou um levantamento, a partir das informações do Itamaraty, para buscar paraibanos que possam estar morando ou visitando o país e, a partir disso, ajudá-los a sair da zona de conflito. O Itamaraty ainda não confirmou o montante de paraibanos em solo ucraniano.

A ação do Governo do Estado será através da Secretaria Estadual de Representação Institucional da Paraíba (SERI-PB), que se colocou à disposição para auxiliar na repatriação dos paraibanos que estão na Ucrânia.

De acordo com o secretário executivo da SERI-PB, Adauto Fernandes, todos os paraibanos e paraibanas que se encontram na Ucrânia devem entrar em contato através do WhatsApp: +55 (61) 991368348, para que o Governo do Estado possa auxiliar nos trâmites de repatriação, no consulado europeu, e monitorar a situação dos paraibanos.

“Estaremos dialogando com o Itamaraty para que possamos ajudar no retorno desses paraibanos à sua terra natal. O mundo vive mais um momento atípico, mas não podemos deixar de trabalhar pelos que estão precisando voltar à Paraíba. Nossa secretaria, que tem sede aqui em Brasília, já está se mobilizando para que nenhum paraibano seja atingido com essas bombas”, declarou Adauto Fernandes.

A SERI-PB vem atuando trazendo paraibanos que estão pelo mundo de volta à Paraíba desde o início da pandemia. Até o momento, mais de 500 paraibanos foram repatriados. Os paraibanos podem, ainda, entrar em contato com a embaixada na Ucrânia através do telefone +380 50 384 5484. No país, o Itamaraty mantém um canal no aplicativo de mensagens Telegram para monitorar os brasileiros.

Em entrevista coletiva, Leonardo Gorgulho, secretário de Comunicação do Itamaraty, informou que não há condições de retirar brasileiros do território ucraniano neste momento, já que o espaço aéreo para o país está fechado. Gorgulho informou que mais de 160 brasileiros já procuraram o Itamaraty para cadastro de suas situações no país, pedindo para sair. Além disso, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que existem cerca de 500 brasileiros na Ucrânia. O Itamaraty pede que os brasileiros que desejem deixar o país, principalmente os que moram no Leste ucraniano, se desloquem por meios próprios para locais que estão fora de cidades sob ataque, permanecendo em casa. A recomendação é que o deslocamento seja para as capitais da Polônia, Belarus e a própria Rússia

“É possível que boa parte desses 500 já tenha saído, atendendo, inclusive, aos vários alertas que a embaixada vem emitindo há semanas. E é possível, também, que parte desses 160 cadastrados já tenham saído, por meios próprios. No momento o foco é registrá-los e, quando for necessário, contactá-los. No momento o espaço aéreo está fechado e isso [enviar avião] não é uma hipótese viável”, declarou Leonardo Gorgulho.

No começo da tarde de ontem, a Organização das Nações Unidas (ONU) informou que cerca de 100 mil ucranianos estão desalojados após deixar o país. Já o governo do país confirmou 57 mortos e, pelo menos, 169 feridos neste primeiro dia de conflito, incluindo militares e civis. O conflito é considerado o maior entre países europeus desde a segunda guerra mundial e teve início com o reconhecimento, por parte de Vladimir Putin, da independência de duas províncias separatistas do leste ucraniano. O presidente russo alertou ainda que outras nações não tentem interferir nas decisões, com risco de sofrerem retaliação.

 *Matéria publicada originalmente na edição impressa de 25 de fevereiro de 2022