O advogado Daniel Alisson, que atua na defesa da estudante Selena Samara Gomes da Silva, declarou ontem que a sua constituinte é uma pessoa digna, que “foi ajudar um drogado e ganhou 17 anos de cadeia”. Selena foi condenada a 17 anos e quatro meses de prisão, na noite da última terça-feira, pelo assassinato do estudante da UFPB Clayton Thomaz de Souza, mais conhecido como Alph. O segundo acusado do crime, Abraão Avelino da Fonseca, não foi julgado, pois recorreu da pronúncia e não há data para o julgamento. O acusado se encontra foragido. Selena também era considerada foragida, mas se apresentou ao tribunal do júri do julgamento.
Júri
O segundo acusado do crime, Abraão Avelino da Fonseca, que seria o autor do disparo não foi julgado juntamente com Selena Samara Gomes da Silva porque recorreu da pronúncia. Não há data ainda para o julgamento dele
A pena imposta a Selena Samara foi anunciada pela juíza Andréa Carla Nunes Galdino, do 1o Tribunal do Júri após mais de 12 horas de debates entre defesa e acusação. A magistrada determinou o recolhimento da ré no Presídio Feminino Júlia Maranhão. O corpo de jurados, composto por sete homens, entendeu que a ré não foi a autora do disparo que tirou a vida de Alph; no entanto, atraiu o estudante para o local onde foi morto.
Consta no processo que Selena e Clayton ficaram juntos no apartamento da vítima, que residia sozinho na rua Coronel Ascendino Feitosa, no bairro Castelo Branco, em João Pessoa, entre os dias 5 e 6 de fevereiro de 2020. No início da noite do dia 6, Abraão também esteve no apartamento de Alph, e em seguida os três saíram juntos, no veículo de Selena para a Comunidade do Aratú, em João Pessoa, onde residia o segundo acusado.
O crime, de acordo com o processo, ocorreu no dia 6, na comunidade Aratú, mas o corpo do estudante somente foi localizado 11 dias depois, em avançado estado de decomposição, em um terreno de acesso à Praia de Gramame. A existência de um relacionamento amoroso que Selena mantinha simultaneamente com Alph e Abraão foi apontada como a motivação para o crime, segundo a acusação. A polícia conseguiu elucidar o caso após investigações que incluíram a quebra do sigilo telefônico e bancário dos envolvidos.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 18 de abril de 2024.