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Foliões apostam na customização

publicado: 21/01/2025 08h32, última modificação: 21/01/2025 08h32
Prática é opção para quem deseja um figurino exclusivo, que une beleza, criatividade e sustentabilidade
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Lua Figueiredo começou a criar seus próprios trajes para o período de momo em 2015; hoje, a iniciativa gera renda extra nesta época do ano | Foto: Julio Cezar Peres

por Maria Beatriz Oliveira*

O ano só começa depois do Carnaval, é o que diz a expressão popular e, por essa razão, muitas pessoas já começam a planejar como festejarão o feriado ainda em janeiro, dois meses antes do período carnavalesco. Para muitos, a etapa mais importante desses preparativos é a das fantasias. Há uma parcela de foliões que prefere criar um figurino do zero e ter uma peça única para aproveitar a folia.

Lua Figueiredo é designer de produtos e, desde o Carnaval de 2015, quando morava em Salvador, começou ela mesma a customizar e fabricar suas próprias fantasias. A primeira peça feita por ela foi uma coroa de flores simples, mas, atualmente, Lua cria desde tiaras e arranjos até saias, tops e asas. Inclusive, o que começou como algo somente para ela, hoje, tornou-se um negócio com a designer criando e comercializando coleções de produtos para cada Carnaval.

“Eu compro os tecidos nas lojas de Campina mesmo, ou saio garimpando peças baratinhas em brechó para customizar. Conheço um pouco de costura, porém, normalmente, quando quero algo mais elaborado, peço para minha mãe fazer essa parte. O legal é conseguir ter um toque próprio no que está usando, ninguém mais estará vestindo algo igual”, ressaltou.

Além de conseguir imprimir mais personalidade nas fantasias que veste e que comercializa, Lua também enxerga na customização uma oportunidade de reaproveitar as peças, criando uma economia circular. “As fantasias que eu mais gosto de usar, pessoalmente, são as da Frida Khalo, Cleópatra e Carmen Miranda. Então, procuro repaginar essas três personagens, mudando um acessório ou outro, ou a cor de algum adereço, mas sempre guardando os figurinos para os próximos anos”.

Lua, que encontra referência para suas criações nas redes sociais, conta que tem percebido essa tendência de improvisar a fantasia com peças que já estão no guarda-roupa. “Outros aspectos que observo que será moda neste ano é o crochê, o bordado e o sereísmo, ou seja, tudo relacionado à mitologia das sereias vamos ver muito pelas ruas de Campina”, pontuou. 

Praticidade

Quem procura praticidade nos trajes já prontos, o que não falta é opção no comércio. Em Campina Grande, apesar de as lojas de fantasia serem mais movimentas durante o Halloween, feriado estadunidense que tem ganhado popularidade no Brasil, o Carnaval é a segunda data mais lucrativa do ano. Flacemar Peixoto, proprietária da loja Fantasias & Acessórios, localizada no Centro da cidade, encomenda os produtos temáticos ainda em novembro.

“As fantasias vêm do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, então,  se deixarmos para última hora, não chega a tempo. O que mais trago para a loja são os acessórios, como chapéus, bonés, máscaras, orelhinhas de coelho, colete de policial, lenços de cigana e os cocares indígenas”, contou.

Segundo a lojista, os itens mais procurados são aqueles que comporão um figurino mais simples, já que o Carnaval acontece em pleno verão. “Os homens, por exemplo, gostam muito da fantasia de policial, porque é só um colete, um short e as algemas. Já as mulheres se vestem muito de enfermeira e Mulher-Maravilha”.

Para 2025, Flacemar aposta que o filme infantil Divertidamente 2, lançado no ano passado, será a principal procura dos clientes. “Começou a vir muita gente aqui procurando as perucas coloridas para se fantasiar de algum dos nove personagens principais, cada um tem uma cor diferente e é uma fantasia bem fácil de montar”.

Para o Carnaval, Flacemar não trabalha com locações de roupas, apenas venda, com valores que variam de R$ 48 a R$ 115 para as peças infantis e de R$ 70 a R$ 290 para os modelos de adultos. Apesar do movimento em janeiro ainda estar abaixo do esperado, a empreendedora espera receber mais público a partir do dia 10 de fevereiro.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 21 de janeiro de 2025.