Orgulho e ocupação das ruas foi o lema dos usuários da Fundação Centro Integrado de Apoio à Pessoa com Deficiência (Funad), ontem, durante o desfile em alusão à Independência do Brasil. A caminhada teve início em frente à sede da entidade, no bairro do Pedro Gondim, em João Pessoa, percorrendo ruas nas imediações do prédio.
Dezenas de alunos e usuários da instituição fizeram parte do evento, alguns segurando cartazes em alusão à Funad e outros tocando instrumentos musicais em alas do desfile. A celebração contou ainda com a apresentação da Banda Marcial do Sesquicentenário, escola estadual que fica próxima à Funad, e da Banda Marcial Antonio Gomes, de Bayeux.
Um dos alunos que participou do evento, Francisco Sinésio dos Santos, indígena de Baía da Traição, relatou a alegria de ocupar as ruas da cidade e interagir com a população do bairro, que saiu de suas casas para acompanhar a caminhada e aplaudir a comemoração. “Foi um desfile muito bom, achei show. Teve muita animação. Encontrar as pessoas nas ruas é ótimo. A Funad é muito importante para nós, porque nos oferece a oportunidade para realizarmos cursos e atividades”, comentou.
A presidente da Fundação, Simone Jordão de Almeida, ressaltou a importância da comemoração do Dia da Pátria como forma de reafirmar a soberania de um país eminentemente democrático, que tem como princípio a prática cidadã, de todos e todas, sem distinção, conforme estabelece a Constituição Federal.
Segundo ela, a Semana da Pátria é fundamental, especialmente neste momento, para fortalecer a soberania nacional e resgatar o sentimento de cidadania. “Este ano é bastante importante. Nós envolvemos todos nessa temática, abrangendo também as famílias. Estimulamos o potencial dos participantes — seja no esporte, na percussão ou em outras atividades. É um momento de que todos gostam muito”, destacou.
A dirigente também refletiu sobre a relevância da ocupação dos espaços públicos pelas pessoas com deficiência, reforçando que a Funad é uma referência de acolhimento, mas não deve ser vista como o único lugar destinado a esse público. “É fundamental colocar na rua um conjunto de pessoas com deficiência — cadeirantes, pessoas com deficiência intelectual. Achei tão bonito ver um autista no grupo de percussão, mesmo usando proteção nos ouvidos, mas participando junto com os demais. É muito importante sairmos dos muros da Fundação. Queremos desconstruir a ideia de que a instituição é uma casa onde eles sempre devem permanecer. A Funad é um espaço de acolhimento, mas os lugares das pessoas com deficiência são todos”, afirmou.
A Funad atende pessoas de todas as idades com deficiência temporária ou permanente: intelectual, visual, auditiva, física, pessoas com Transtorno do Espectro Autista e pessoas com altas habilidades/superdotação.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 5 de setembro de 2025.