O Governo do Estado realizou, ontem, a abertura da programação do Outubro Rosa, campanha anual de prevenção e incentivo ao diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo do útero. O evento acontece até o dia 31 de outubro, sob o lema “Vocês não estão sozinhos! Juntos, venceremos essa luta!”. A expectativa é que sejam realizados 12 mil atendimentos, ao longo do mês, incluindo dois mil exames de mamografia (100 por dia), 500 ultrassonografias mamárias e 400 consultas com mastologistas, além de diálogos com especialistas sobre nutrição, saúde e bem-estar mental.
O governador João Azevêdo participou da solenidade. “É fundamental que a gente entenda, primeiramente, que essa é uma doença que pode ser curada, desde que seja diagnosticada a tempo”, enfatizou o gestor estadual durante o evento de abertura, realizado no Centro Especializado de Diagnóstico do Câncer (CEDC), em João Pessoa. Ao comentar sobre a programação da campanha, o governador também destacou os avanços obtidos pela saúde pública do Estado da Paraíba, ao longo dos últimos anos — sobretudo, no tratamento a pacientes oncológicos. “Temos evoluído muito no que se refere às instalações físicas, mas os programas implantados também estão dando resultados extraordinários, a exemplo do Opera Paraíba, do Coração Paraibano e do Paraíba Contra o Câncer”, acrescentou.
Segundo o gestor, somente dentro do Paraíba Contra o Câncer, o estado já fez mais de 500 cirurgias. Ele ainda deu o exemplo do que ocorre na cidade de Patos, no Sertão paraibano. “Estamos providenciando a instalação de uma unidade para radioterapia e já compramos um acelerador linear. Dessa forma, o cidadão de Patos não precisará mais se deslocar até João Pessoa para fazer o tratamento. Ou seja, estamos oferecendo condições para que toda a Paraíba enfrente esse problema com a eficiência exigida”, observou.
O secretário estadual da Saúde, Ari Reis, também alertou que, embora o câncer seja uma das doenças que mais matam no Brasil, essa morte pode ser evitada com medidas básicas, como a oferta de serviços de exames de imagens e consultas especializadas. Nesse sentido, ele ressaltou o trabalho do Governo do Estado — que, segundo ele, vai muito além do Outubro Rosa e da campanha para o diagnóstico precoce.
“A mulher que recebia o diagnóstico de câncer tinha de passar por filas em Campina Grande e em João Pessoa, para ter direito ao tratamento no Hospital da FAP, no [Hospital Napoleão] Laureano e no São Vicente de Paulo. Durante décadas, o estado esteve refém da regulação desses dois municípios. Hoje, com o Paraíba Contra o Câncer, a realidade é outra. O estado faz o diagnóstico, oferece o serviço e acompanha essa mulher em todos os serviços de saúde, até a sua cura definitiva, passando por cirurgia, quimioterapia e radioterapia”, explicou Ari.
Prevenção
A diretora-geral do CEDC, Roseane Machado, reforçou o convite para que as mulheres — especialmente as que tiverem mais de 40 anos — procurem a unidade e façam o exame preventivo. Segundo ela, o centro conta com um conjunto de procedimentos voltados ao diagnóstico do câncer de mama. “Temos todos os meios de diagnóstico para detectar a lesão ainda na fase inicial, desde a consulta com a mastologista até a mamografia, a ultrassonografia mamária, o exame anatomopatológico, a biópsia mamária e a função aspirativa de cistos volumosos. Para ter acesso a isso, basta trazer RG, CPF, comprovante de residência e cartão SUS”, informou.
Hubelinda Vasconcelos foi uma das dezenas de mulheres que compareceram ao CEDC, no primeiro dia da campanha. Segundo ela, o interesse pelo serviço surgiu depois da constatação de um caso da doença na família. “Quando eu vi a divulgação, senti a necessidade de vir, pois uma irmã minha foi diagnosticada com câncer de mama. Quando ela descobriu, já estava em grau avançado, com metástase. Hoje, está no hospital, para começar o tratamento. Foi muito doloroso, para mim e para minha família, porque ela é muito cheia de vida”, contou.
Sobre a doença
De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a Paraíba deve registrar 1.180 novos casos de câncer de mama entre 2023 e 2025, dos quais 210 devem ocorrer somente em João Pessoa. De janeiro a setembro deste ano, já foram registrados 226 óbitos pela doença, no estado. No ano passado, foram 323.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 03 de outubro de 2024.