Mais de 60 mil refeições estão sendo distribuídas mensalmente para pessoas que vivem em situação de rua, por meio de uma parceria do Governo do Estado, através da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano, com a Igreja Católica, envolvendo a Arquidiocese da Paraíba, Ação Social Arquidiocesana (ASA) e o Hospital Padre Zé.
Diariamente, são distribuídas mais de 2 mil refeições – café, almoço e jantar – na orla e no centro de João Pessoa, na conhecida casa de Dom José Maria Pires.
A ação social foi intensificada a partir do mês de março – como uma das medidas de enfrentamento dos efeitos do coronavírus –, com a ampliação de um projeto já existente, que conta com financiamento do Governo do Estado, por meio do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), e possui 700 pessoas inscritas. Atualmente, são atendidas aproximadamente 2 mil pessoas.
O diretor do Hospital Padre Zé e representante da Arquidiocese da Paraíba, padre Egídio de Carvalho Neto, destacou que sem a ação do Governo do Estado, com a liberação de recursos do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), o Projeto Emergencial Cuidando e Salvando Vidas não seria executado. “O custo para servir 63 mil refeições mensais como servimos, só é possível através de uma parceria como essa. É um batalhão de pessoas que são alimentadas”, comentou.
Padre Egídio lembrou que o projeto foi pensado inicialmente para pessoas em situação de rua. “Mas foram se achegando pessoas que, apesar de morarem em casas, mas em situações precárias, sem renda, desempregadas, sem o bico, não tinham como comprar comida, e vieram para o projeto. E numa conversa com o secretário Tibério Limeira, ampliamos. É um projeto que tem acolhido tantas pessoas, cada um com sua história de vida: são refugiados venezuelanos, argentinos, peruanos, brasileiros e pessoas dos quatro cantos da Paraíba. Queremos oferecer o mínimo de dignidade, que é um prato de comida, e possam ao final do dia dizer, estou alimentado”, ressaltou.
"Nem sei o que seria da minha vida sem essa comida aqui", afirmou Severina dos Santos, logo após receber sua refeição na casa de Dom José Maria Pires, no Centro de João Pessoa. "Tá eu e meu marido sem lugar pra ficar, venho do interior, e todo dia venho aqui almoçar, jantar e tomar café. Ai meu Deus, é a minha salvação essa comida que nós recebemos", agradeceu Digiani da Costa Borges, conhecida como Vitória.
Já o ex-servidor público municipal Romero de Andrade Alves (49), contou que trabalhou como motorista, inspetor de alunos, agente administrativo e vigilante. É pai de duas filhas e tem duas netas, mas há 12 anos se separou da família e passou a viver em situação de rua. “É muito importante pra gente receber essa alimentação. Sem alimentação, a pessoa com fome pensa em violar o patrimônio dos outros”, confessou Romero.
O secretário do Desenvolvimento Humano, Tibério Limeira, observou que o Governo do Estado tem realizado ações para atender famílias em situação de vulnerabilidade social por toda a Paraíba, desde os ciganos, em Sousa, passando pelos quilombolas, em Santa Luzia, até João Pessoa, nessa parceria com a Arquidiocese da Paraíba, mas também atendendo diretamente por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano e de outras secretarias.
“O Governo do Estado tem levado sua política de assistência social para todos os municípios da Paraíba para que a gente possa atravessar essa crise da melhor maneira possível”, enfatizou, lembrando ainda da ação junto à agricultura familiar, por meio da qual o Governo do Estado adquire o que é produzido pelos pequenos produtores e doa os alimentos para as famílias carentes.