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Greve começa e acaba no mesmo dia

publicado: 01/07/2025 08h43, última modificação: 01/07/2025 08h43
Após mobilizações em frente à garagem, trabalhadores e Expresso Guanabara chegaram a um acordo
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As pautas reivindicadas pelos grevistas foram o reajuste salarial, o direito a plano de saúde, a garantia de vale-alimentação nas férias e o fim do banco de horas | Foto: Divulgação/Sinttro-PB

por Priscila Perez*

A paralisação dos motoristas da empresa Expresso Guanabara foi encerrada após algumas horas de greve que afetou diversas linhas intermunicipais e interestaduais na Paraíba. Um comunicado foi publicado às 17h de ontem, assinado pelo presidente do Sinttro-PB, Ronne Nunes, informando que os trabalhadores em manifestação receberam uma proposta oficial da empresa Expresso Guanabara, que foi aceita pelo sindicato e suas bases.

A mobilização, iniciada na manhã de ontem, havia sido deflagrada por tempo indeterminado devido a um impasse nas negociações salariais. O movimento, aprovado em assembleia pelo Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Passageiros e Cargas no Estado da Paraíba (Sinttro-PB), chegou a paralisar a operação de ônibus nas garagens de Bayeux e Cajazeiras, com apenas 30% da frota circulando em caráter emergencial.

Durante o protesto, motoristas concentraram-se na garagem da empresa em Bayeux, na Região Metropolitana de João Pessoa, reivindicando melhores condições de trabalho. “A Guanabara está se recusando a negociar, então, os trabalhadores, junto com o sindicato, resolveram entrar em greve”, afirmou o presidente do Sinttro-PB.

Além do reajuste salarial, os trabalhadores cobravam melhorias nos benefícios, como o retorno do vale-alimentação durante as férias, o fim do banco de horas e a ampliação do plano de saúde para todos os funcionários. A proposta inicial da categoria previa um reajuste de 10%, reduzido para 8% ao longo das tratativas. A empresa, por sua vez, ofereceu 6,32% de forma linear, proposta que foi rejeitada.

A greve foi oficializada com a publicação de edital e cumpriu todos os prazos legais previstos na Lei no 7.783/1989.

Consequências

Embora a paralisação dos ônibus tenha começado nas garagens de Bayeux e Cajazeiras, os reflexos do movimento tendem a se espalhar por toda a malha rodoviária atendida pela Guanabara. “É um impacto muito grande em toda a Paraíba, porque aqui tem ônibus para todas as cidades”, reforçou o porta-voz do Sinttro-PB. Apesar da circulação parcial da frota, a prestação do serviço pode ficar comprometida ao longo da semana, já que, até o momento, não houve qualquer sinal de retomada das negociações. Caso o impasse não seja superado, a greve deve continuar nos próximos dias. “Estamos esperando a empresa chamar para negociar”, concluiu Ronne Nunes. A expectativa é que, diante da falta de avanço no diálogo entre motoristas e empresa, a Justiça do Trabalho possa contribuir para destravar as negociações.

Do lado dos passageiros, a manhã de ontem foi marcada pela incerteza sobre a possibilidade de seguir viagem. Mesmo com a circulação da frota emergencial mantida durante a greve, muitos usuários não conseguiram embarcar ou enfrentaram longas esperas.

No Terminal Rodoviário de João Pessoa, os ônibus das demais empresas circularam normalmente, mas um princípio de tumulto entre passageiros e motoristas atrapalhou o embarque e motivou a intervenção da Polícia Militar para controlar a situação. Diante disso, a orientação é confirmar previamente se a viagem está mantida e, sempre que possível, considerar alternativas para evitar transtornos.

Durante a apuração, a equipe do Jornal A União tentou entrar em contato com a empresa de ônibus Expresso Guanabara, por meio dos canais oficiais, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 1° de julho de 2025.