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Hemocentro convoca doadores no fim de ano

publicado: 22/12/2025 08h29, última modificação: 22/12/2025 08h29
Diminuição no estoque de sangue compromete cirurgias e transplantes
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Edilma Maria da Silva, doadora contumaz, manteve o compromisso e a solidariedade | Foto: Evandro Pereira

por Bárbara Wanderley*

Com a proximidade do fim do ano, quando muitas pessoas estão voltadas para festas, viagens e períodos de férias, o Hemocentro da Paraíba registrou uma queda significativa no número de doações de sangue nas últimas semanas. De acordo com a diretora-geral da instituição, Shirlene Gadelha, para manter os estoques em níveis adequados são necessárias, em média, 230 doações por dia. Atualmente, porém, o número caiu para cerca de 90 doações diárias. Diante desse cenário, o Hemocentro faz um apelo para que a população realize a última boa ação do ano.

Segundo Shirlene, a redução no comparecimento de doadores é comum nesse período, mas preocupa. “Os doadores realmente se afastaram um pouquinho, mas a gente faz aquele apelo às pessoas que estão por aqui, que estão saudáveis, para virem fazer sua doação de sangue. Nós não sobrevivemos sem o sangue. As cirurgias precisam ser realizadas, assim como os transplantes, que ocorrem de imediato, sem data ou hora marcadas. Precisamos ter esses hemocomponentes, como concentrados de plaquetas e de hemácias, além de atender cirurgias oncológicas e acidentes, que também estão acontecendo em grande quantidade”, destacou.

A diretora explicou, ainda, que, neste momento, os tipos sanguíneos com fator RH negativo são os mais críticos, já que praticamente não há estoque disponível. No entanto, ela reforça que doadores de qualquer tipo sanguíneo devem comparecer, pois os níveis estão baixos de forma geral.

Entre os doadores que mantêm o compromisso solidário, mesmo no fim do ano, está a auxiliar de serviços gerais Edilma Maria da Silva, que já realizou várias doações, incentivada pela filha, também doadora. “Essa acho que é a sexta doação que faço. Doo de três em três meses. Minha filha começou a doar sangue e medula e acabou me incentivando”, contou.

Já a enfermeira Rayssa Grasielle Lopes realizava sua primeira doação no momento em que a reportagem de A União esteve na sede do Hemocentro, em João Pessoa. Ela relatou que decidiu doar após ver, nas redes sociais de uma amiga, um pedido de ajuda para uma pessoa que precisava de sangue. “Eu já precisei de sangue e pessoas que eu não conheço doaram para mim. Então, o bem que fizeram por mim voltou. Resolvi fazer por outra pessoa. Meu sangue está levando esperança”, afirmou.

Rayssa também elogiou o atendimento recebido e disse que a experiência foi muito positiva, o que a motivou a tornar-se doadora frequente. “Falaram para mim que quem doa a primeira vez quer doar sempre”, comentou.

Funcionamento

O Hemocentro de João Pessoa e o Regional de Campina Grande funcionam de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h, e aos sábados, das 7h às 13h. Os hemonúcleos espalhados por Souza, Patos, Cajazeiras, Itaporanga e Guarabira, funcionam das 7h às 13h. “E a unidade itinerante está circulando, é só acompanhar o Instagram do Hemocentro da Paraíba e ver aquele local onde está mais próximo, para que o doador possa se destinar para o local”, explicou Shirlene Gadelha. Na véspera de Natal, dia 24, o Hemocentro funciona até meio-dia, fica fechado no dia 25, e reabre em horário normal no dia 26.

O doador precisa estar saudável, ter mais de 50 kg, e ter de 16 a 69 anos. Os menores de 18 anos devem estar acompanhados por um responsável e a doação de maiores de 60 anos só é aceita de quem já é doador, ou seja, a primeira doação deve ser feita antes dos 60.

É preciso chegar ao Hemocentro portando documento oficial com foto, e é importante ter dormido bem na noite anterior e não ingerir bebidas alcoólicas na noite que anteceda a doação. “O doador pode e deve se alimentar, só evitar comer comidas gordurosas para que a gente possa ter uma boa qualidade nesses hemocomponentes”, ressaltou Shirlene.

Que fez tatuagem ou micropigmentação precisa esperar um período recomendado de seis a 12 meses para doar, que será avaliado na triagem clínica. Para quem fez alguma cirurgia recente, o tempo de espera recomendado é de três a seis meses.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 20 de dezembro de 2025.