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Hospital alerta sobre acidentes domésticos com as crianças nas férias

publicado: 20/01/2018 13h33, última modificação: 20/01/2018 13h33
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Só nos primeiros 15 dias de janeiro, 419 crianças de 0 a 12 anos deram entrada no Hospital do Trauma, uma média de 20 atendimentos por dia - Foto: Secom-PB

tags: hospital do trauma , acidentes , crianças , férias , saúde


Da redação com Secom-PB

Com as crianças dentro de casa durante todo o dia devido ao período de férias escolares, os riscos dos acidentes domésticos aumentam consideravelmente. Elas são casos frequentes de atendimentos no Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, neste período. Para se ter uma ideia, só nos primeiros 15 dias de janeiro, 419 crianças de 0 a 12 anos deram entrada na unidade de saúde, uma média de 20 atendimentos por dia. Os acidentes mais frequentes são quedas, corpo estranho, traumatismo, pancada, queimadura, afogamento e intoxicação.

A unidade de saúde, neste mês de janeiro, elaborou uma campanha nas redes sociais com o tema ‘Um olhar pode mudar tudo’, justamente para lembrar aos pais que toda atenção ainda é pouco quando se trata de crianças de férias, como foi o caso de Breno, de apenas cinco anos de idade. “Foi questão de segundos. Quando me virei, Breno estava no chão e outros dois coleguinhas sobre ele. E mesmo assim, não consegui evitar. Ainda corri, mas o peso dos amiguinhos fez o braço dele quebrar. Ele passou por uma cirurgia e ficou de molho em casa o resto das férias”, relatou Rayza Santos, mãe de Breno, que deu entrada na instituição.

Em 2017, segundo o setor de estatística da unidade de saúde, mais de 11 mil crianças foram atendidas. Nos meses de férias escolares, dezembro e janeiro, totalizaram 1.130 atendimentos e de junho a julho 1.867, representando, só neste período, 26% do montante anual. Os pequenos de 1 a 4 anos, de acordo com os dados estatísticos, são os mais vulneráveis, somando um total de 5.225 atendimentos, ou seja, 45% do atendimento de crianças.

Sem dúvida, a causa com maior incidência de acidentes foram as quedas (4.515), representando cerca dos 60% dos casos de destaque, seguido por corpo estranho (1.485), pancadas (644), traumatismo (588), queimaduras (277), intoxicação (52) e afogamento (11). Os demais números são referentes aos outros tipos de atendimentos.

A pediatra do Hospital de Trauma Ednélia Distéfano destacou os locais que, dentro de casa, apresentam mais riscos para as crianças. “Em áreas de serviço, substâncias cáusticas, principalmente as que são guardadas em embalagens sugestivas, como de refrigerantes, e venenos devem ser guardados sempre fora do alcance da criança. Isso também é válido para medicamentos. Já dentro da cozinha, as crianças são muito curiosas com relação ao fogão, principalmente se estiverem com fome, quando vão escalar o aparelho para buscar alimento, e aí acontecem muitos acidentes com queimaduras. As crianças pegam líquidos ferventes, inclusive de cima da mesa, como canecas com café e água quente, e entornam sobre si”, frisou.

Além disso, a profissional chamou atenção para as medidas que podem ser adotadas para evitar os acidentes. “Colocar protetores nas tomadas ou cobrir com móveis, porque as crianças pegam objetos pontiagudos e podem enfiar lá; tomar cuidado com peças pequenas que elas possam engolir, como moedas e pregos; colocar redes de proteção nas varandas e janelas dos apartamentos e manter as redes de balanço desarmadas, porque uma queda pode trazer sérias complicações. É muito melhor prevenir do que remediar”, pontuou.

Alguns procedimentos de primeiros socorros também foram explicados pela médica, que ressaltou a importância de buscar uma unidade de saúde. “Às vezes até não precisa ser uma queda de grandes alturas, de pequenas alturas mesmo o pai ou responsável tem que ficar atento à sonolência, perda de consciência ou vômito, que são sinais de alerta. Em qualquer dúvida, tem que levar em um serviço médico para ter uma avaliação. Se notar que a criança está engasgada, ficando sem ar, porque ingeriu algum objeto pequeno, tem que fazer aquelas manobras de compressão do diafragma e, na primeira oportunidade, levar para o hospital”, recomendou.