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João Pessoa se torna a Capital do Ipê-Amarelo

publicado: 29/08/2024 09h53, última modificação: 29/08/2024 09h53
Nova nomeação, formalizada pelo Governo do Estado, destaca a relevância da árvore como símbolo pessoense

por Marcella Alencar*

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Além do valor estético, espécie desempenha funções ambientais importantes na cidade | Foto: Evandro Pereira

João Pessoa recebeu ontem, oficialmente, o título de Capital do Ipê-Amarelo, conforme nova lei sancionada pelo governador da Paraíba, João Azevêdo, e publicada no Diário Oficial do Estado (DOE). Já conhecida por manter áreas de conservação de biodiversidade e se situar dentro do bioma da Mata Atlântica, a capital paraibana celebra, agora, a importância daquela espécie de árvore como um novo símbolo oficial.

Em entrevista à Rádio Tabajara, Anderson Fontes, engenheiro agrônomo e diretor de Controle Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente da cidade (Semam-JP), destacou a relevância do ipê-amarelo para o Brasil — sua flor, a propósito, é considerada a flor nacional do país — e para João Pessoa. “É a árvore mais simbólica do país. A mais conhecida pelo nome é o pau-brasil, mas a árvore símbolo, por sua exuberância e sua magnitude em relação às paisagens, é o ipê-amarelo. João Pessoa é e continua sendo a capital do ipê-amarelo”, declarou Anderson. Para ele, a presença dessa espécie na capital, em pleno “berço” da Mata Atlântica, “é um presente da natureza, que realça a beleza da paisagem local”.

Mas, além do seu valor estético, o ipê-amarelo desempenha papéis ambientais importantes. “A função do ipê está além da beleza, assim como outras árvores”, acrescentou o secretário da Semam-JP. “Ele filtra os gases de poluição da cidade e, com as chuvas torrenciais, também ajuda a filtrar essa água. Há ainda o conforto térmico proporcionado pelas sombras dos ipês, beneficiando a população em meio ao clima quente”, explicou Anderson.

Segundo o secretário, a média de vida dos ipês-amarelos de João Pessoa é de cerca de 120 anos, podendo superar os 200 anos em áreas florestais, como a Mata do Buraquinho e o Parque Zoobotânico Arruda Câmara (também conhecido como Bica). Entretanto, a espécie tem enfrentado desafios diante dos impactos das mudanças climáticas e de ações humanas diretas. Atrasos na floração causados pelo clima afetam o desenvolvimento fisiológico das árvores, e sua poda inadequada em períodos quentes pode ser extremamente prejudicial.

O ipê-amarelo é uma espécie comum no Brasil, florescendo principalmente entre julho e setembro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Florestas (IBF). Como aponta a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a árvore também é conhecida no interior da Paraíba como pau d’arco, por conta do uso que se faz de sua madeira para a confecção de arcos e flechas e artesanatos por comunidades indígenas.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 29 de agosto de 2024.