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Justiça concede prisão domiciliar

publicado: 19/04/2024 11h57, última modificação: 19/04/2024 11h57
Sacerdote estava no Presídio Especial, passou mal, foi cirurgiado na Unimed e agora vai usar tornozeleira
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O ex-diretor do Hospital Padre Zé esteve na carceragem da Cidade da Polícia Civil e depois foi para o Presídio Especial | Foto: Redes Sociais

por Cardoso Filho*

O padre Egídio de Carvalho Neto vai cumprir prisão domiciliar com algumas medidas cautelares impostas na decisão do juiz José Guedes Cavalcanti Neto. O magistrado acatou parecer favorável do Ministério Público, atendendo solicitação da defesa do sacerdote e também determinou que deverá usar tornozeleira eletrônica.

A decisão do juiz da 4a Vara Criminal de João Pessoa foi tomada ontem, após analisar o pedido da defesa do padre, com parecer favorável do MPPB. Egídio teria passado mal no presídio, sendo socorrido às pressas para a UPA do Valentina Figueiredo e depois transferido para o Hospital da Unimed onde foi submetido a uma cirurgia de apendicite. Ele tem 56 anos e estava naquela unidade prisional desde outubro do ano passado, quando o Ministério Público, através do Gaeco, realizou investigações, descobriu o desvio de milhões de reais da instituição Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana (ASA).

Padre Egídio de Carvalho responde a processo por ter desviado verbas do Hospital Padre Zé, no valor de mais de R$ 140 milhões

Além da prisão domiciliar e do uso de tornozeleira eletrônica, o padre Egídio terá que cumprir medidas cautelares, tais como proibição de se ausentar de sua residência em João Pessoa sem autorização prévia; Indicar qual endereço ele irá após comunicação à Justiça; Encaminhar comprovante de endereço do local onde ficará em João Pessoa; Não ter contato com pessoas diversas de seus advogados e familiares que moram no mesmo imóvel onde ele ficará; Proibição de acesso, frequência ou contato com servidores de estabelecimentos vinculados a ASA e ao Instituto São José.

As acusações contra padre Egídio começaram quando foi descoberto o desvio de vários Iphones doados pela Receita Federal, que seriam leiloados e a renda revertida para o hospital Padre Zé. No decorrer das investigações, foi deflagrada a Operação Indignus que investigou desvios de R$ 140 milhões durante a sua gestão de quase uma década na instituição filantrópica. Imóveis de alto padrão com piscinas, veículos, adegas de vinhos de elevado valor, além da criação de  cães de raça de luxo, como também propriedades rurais fizeram parte do montante desviado.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 19 de abril de 2024.