O Parque Estadual Pedra da Boca, no município de Araruna, região do Curimataú paraibano, é um verdadeiro encanto aos olhos. Quando entramos em sua extensa área, ficamos logo impressionados com o conjunto rochoso de grande dimensão e beleza exuberante. O nome do local, a propósito, se refere a uma imensa formação rochosa, de aproximadamente 336 metros de altura, que apresenta uma enorme cavidade, provocada por agentes endógenos e exógenos, cuja configuração se assemelha a uma boca aberta.
Na cavidade da Pedra da Boca, é encantadora a visão da Serra de São Bento e do município de Passa e Fica, divisa dos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Mas o parque oferece diversas outras formações, que atiçam a imaginação dos visitantes, a exemplo da Pedra da Caveira, que recebeu esse nome por exibir um perfil semelhante ao de um crânio humano, graças à ação constante do vento, da água e da temperatura no paredão rochoso próximo à Pedra da Boca. Perto da Pedra da Caveira, encontramos outra rocha com forma similar ao de uma máscara e, mais além, nos deparamos com a Pedra da Santa, também chamada de Pedra do Letreiro, já que ostenta vários hieróglifos antigos, conhecidos como “Tradição Nordeste”.
Todo o Parque Estadual Pedra da Boca está inserido nos contrafortes da Serra da Confusão, assim denominada pela existência de diversas serras de rochas graníticas que escondem grutas e cavernas quase inexploradas. Algumas destas, como a Pedra da Santa, possuem importantes sítios paleontológicos e arqueológicos, incluindo pinturas rupestres. As cavidades naturais do local são frutos dos tombamentos de enormes blocos de granito que, ao caírem, formaram abrigos sob rochas e seguem em constante evolução, graças à ação erosiva e à dissolução da água.
Além de vias de rapel e cachoeiras, local possui santuário
- Construído pelo Governo do Estado, área religiosa tem capacidade para receber cinco mil fiéis
Com 130 metros de altura, a Pedra da Macambira é mais um exemplo do potencial que torna Araruna a “capital da aventura na Paraíba”. A formação gigantesca é de uma beleza extraordinária e, por lá, é comum a prática de rapel e outros esportes radicais. De fato, no município, considerado um dos lugares mais procurados por quem gosta de ecoturismo e turismo de aventura, estão catalogadas 150 vias de escalada, algumas muito populares em todo o Brasil. Distante oito quilômetros do centro da cidade, o parque ainda possui seis cachoeiras, todas bem cheias no período do inverno, sendo que a maior delas apresenta uma queda d’água de 80 metros.
Já o Santuário de Nossa Senhora de Fátima, próximo à Pedra da Santa (ou Pedra do Letreiro), é o foco do turismo religioso no local. Seu projeto arquitetônico, desenvolvido pelo Governo do Estado, tem estrutura para receber, aproximadamente, cinco mil romeiros, dispondo de banheiro, lanchonete, secretaria e ambiente de acomodação para os fiéis que participam das celebrações religiosas, realizadas pela Arquidiocese de Guarabira e pela Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Araruna. O lugar recebeu de um antigo morador, Celso Lisboa, uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, situada em um altar na cavidade da grande pedra.
Expedição
A convite de Ricardo Câmara, presidente do Fórum de Turismo Sustentável do Curimataú, a equipe do projeto “Expedição: Jornalistas na Estrada”, formada por Alessandra Lontra, Ana Célia Macêdo, Rosa Aguiar, Ruth Avelino e esta jornalista, foi conhecer e desbravar os caminhos de aventura no Parque Estadual Pedra da Boca, que é totalmente propício para o ecoturismo.
Na oportunidade, Câmara destacou que o trabalho da entidade turística que lidera tem fortalecido as atividades na região. “O fórum vem desenvolvendo roteiros e produtos novos, sempre orientando os empresários, porque não podemos esperar pelo Poder Público. A iniciativa privada vem contribuindo, dando sua contrapartida”, explicou. Para ele, a “Expedição: Jornalistas na Estrada” é “muito importante, principalmente para desbravar novos destinos, roteiros na Paraíba e, ao mesmo tempo, mostrar ao paraibano que nós temos ainda muitas coisas para serem desbravadas”.
Mesmo quem não gosta do turismo de aventura não se arrependeria de visitar o parque, pois, além das grandes trilhas, há a opção de passeios de curta duração, que proporcionam uma verdadeira imersão no mundo das pedras.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 13 de junho de 2024.
