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DOMICÍLIOS COLETIVOS

Maior parte de residentes é homem

publicado: 09/09/2024 08h45, última modificação: 09/09/2024 08h45
População masculina prevalece em penitenciárias, enquanto mulheres predominam em orfanatos e asilos
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No estado, são 7.627 pessoas vivendo em detenções, o que representa 1,58% do total nacional | Foto: Ortilo Antonio/Arquivo A União
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Expectativa de vida explica maioria feminina em asilos | Foto: Marcos Russo/Arquivo A União
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Em 2022, na Paraíba, havia 11.837 pessoas que moravam em domicílios coletivos. Desse contingente, 9.532 (80,53%) eram homens e 2.305 (19,47%) eram mulheres. Em relação à população total do estado (3,97 milhões de pessoas), o percentual de moradores nesse tipo de domicílios é de 0,3%, proporção inferior à média brasileira (0,4%), mas superior à nordestina (0,2%). As informações são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram divulgadas ontem, por meio da publicação “Censo 2022: Tipos de domicílios coletivos, improvisados, de uso ocasional e vagos”.

Os domicílios coletivos são instituições ou estabelecimentos onde a relação entre as pessoas é regida por normas de subordinação administrativa. No estado, a categoria que registrou o maior número de moradores foi a de “Penitenciária, centro de detenção e similar”, onde residiam 7.627 pessoas, representando 64,43% do total de habitantes em domicílios coletivos paraibanos. E, embora a população da Paraíba represente 1,96% da população brasileira, o estado reúne apenas 1,58% do total nacional de moradores de penitenciárias e similares. A maior parte dos residentes em penitenciárias é masculina.

Já a categoria “Asilo ou outra instituição de longa permanência para idosos” é a segunda com mais moradores. São 1.767 pessoas, o que corresponde a 14,93% dos habitantes de domicílios coletivos do estado e a 1,1% do contingente brasileiro de moradores de asilos e similares. A maioria dessa população era feminina, com 1.094 pessoas (61,8%), enquanto o grupo masculino era composto por 673 pessoas (38%). De acordo com o IBGE, esse resultado está alinhado à maior expectativa de vida das mulheres e à predominância delas na população mais idosa em geral.

Faixa etária

Ainda segundo a pesquisa do IBGE, quase 71% dos moradores de domicílios coletivos paraibanos tinham entre 20 e 49 anos de idade. A maioria deles — 2.946 pessoas (24,89%) — era formada por indivíduos de 30 a 39 anos. Nas penitenciárias e similares, o grupo de idade mais comum era o de 20 a 29 anos, com 44,2% dos moradores. Já nos asilos para idosos, predominavam as faixas etárias mais velhas. Nesses locais, o grupo com maior participação era o de pessoas com 80 anos ou mais, representando 42,6% dos moradores.

O documento do IBGE também aponta que a taxa de alfabetização das pessoas de 15 anos ou mais de idade, residentes em domicílios coletivos, acompanha o perfil etário predominante em cada categoria. Por exemplo, a taxa de alfabetização dos moradores das penitenciárias do estado (85,8%), que ficou acima da população paraibana em geral (84%), está relacionada ao perfil etário muito jovem desses moradores. Por sua vez, entre os moradores de asilos, onde o contingente populacional é mais velho, foi registrada uma taxa de alfabetização reduzida (49,2%).

Improvisados

Os domicílios improvisados também foram alvo de recenseamento pelo IBGE. De acordo com os dados, a Paraíba possuía 3.263 pessoas vivendo nesses estabelecimentos em 2022. Dessas, 1.828 (56%) eram homens e 1.435 (44%) eram mulheres. Esse total representa um percentual de 0,08% em relação à população estadual — número similar às proporções médias do Brasil e do Nordeste, ambas de aproximadamente 0,08%.

Entre os tipos de domicílios improvisados existentes no estado, a categoria “Tenda ou barraca de lona, plástico ou tecido” apresentou o maior número de moradores em 2022. Ao todo, 1.288 pessoas viviam nesses locais, representando 39.47% do total de moradores em domicílios improvisados paraibanos. Na sequência, figura o tipo “Dentro de estabelecimento em funcionamento”, com 829 pessoas, o que corresponde a 25,4% dos moradores desses espaços no estado.

A pesquisa do IBGE revelou ainda que, na Paraíba, o perfil etário dos moradores de domicílios improvisados era diverso. As maiores participações estiveram concentradas entre os grupos de 20 a 29 anos, com 526 pessoas (16,12%); de 30 a 39 anos, com 410 pessoas (12,57%); de 40 a 49 anos, com 451 pessoas (13,82%); e de 50 a 59 anos, com 378 pessoas (11,58%).

Já a taxa de alfabetização das pessoas de 15 anos ou mais de idade, residentes em domicílios improvisados (74%), ficou 10 pontos percentuais abaixo da taxa observada para a população paraibana em geral (84%). Esse indicador foi maior para as pessoas que moravam “Dentro de estabelecimento em funcionamento” (78,5%), seguido pela taxa referente aos habitantes de “Veículos —  carros, caminhões, trailers, barcos etc.” (75%).
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 07 de setembro de 2024.