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Mais de 300 famílias são impactadas

publicado: 22/04/2024 14h03, última modificação: 22/04/2024 14h03
Prefeitura identificou 323 casas que foram atingidas com mais severidade pelas precipitações pluviométricas
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Dona de casa Zélia Delmiro foi uma das pessoas prejudicadas pelo alagamento. Ela conta que perdeu pertences como fogão, geladeira, sofá e guarda-roupa | Fotos: Julio Cezar Peres
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Após chuvas, 68 famílias estão aptas a receber aluguel social
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por Maria Beatriz Oliveira*

Uma semana após as fortes chuvas em Campina Grande, a Secretaria de Assistência Social (Semas) da cidade divulgou um balanço de quantas famílias foram afetadas pelos temporais. No total, 323 famílias foram atingidas, sendo 68 delas com prioridade para inclusão de aluguel social, e outras 255 em processo de análises técnicas, para deferimento da secretaria.

De acordo com Fábio Thoma, secretário de Assistência Social na cidade, esses mais de 300 lares sofreram com danos materiais significativos e inundações em suas residências, muitas chegando a ficar inabitáveis. “Após as chuvas que atingiram nosso município, conseguimos realizar o levantamento da situação e tivemos o total de 323 famílias”, reforçou Fábio, acrescentando que o aluguel social garante moradia digna.

O coordenador ainda informou que a secretaria vem agindo em caráter de emergência para prestar assistência às pessoas atingidas pelo temporal. “Estamos fornecendo benefício eventual na modalidade de cestas básicas, apoio psicossocial, encaminhamento para emissão de documentos e demais ações através do Centro de Referência de Assistência Social (Cras).

A Rua Vitória, localizada às margens do Canal de Bodocongó foi uma das regiões mais atingidas pelas chuvas, protagonizando, inclusive, um protesto na última segunda-feira, que reivindicou ações de proteção à prefeitura contra novas enchentes, como a limpeza no canal. Ontem, ao voltar ao logradouro, os moradores se encontraram confiantes de que não haverá novas inundações, porém, solicitam maior apoio por parte da Semas e uma indenização pelos bens perdidos.

Zélia Delmiro, uma das moradoras prejudicadas pelo alagamento, conta que a secretaria e a Defesa Civil estiveram no local duas vezes durante a semana, anotando quais foram as perdas dos moradores. “Vieram aqui e perguntaram o que a gente tinha perdido. Eu perdi geladeira, fogão, sofá, o guarda-roupa que ainda está aqui, mas não serve mais. Tá todo inchado da água. E aí eles anotaram, mas ajuda mesmo só deixaram uma cesta básica e, sinceramente, não é de um quilo de arroz que a gente precisa”, desabafou Zélia.

A moradora ainda afirmou que a Semas ofereceu o aluguel social, mas sua família optou por não deixar a residência. “A gente mora aqui nossa vida toda. Limparam o canal, tiraram o lixo, na terça-feira choveu e a água já escorreu normalmente. Então, acho que não vai acontecer de novo. Aliás, essa foi a primeira vez que a água chegou até nossa casa”

Além de Zélia, Marineide Sousa também preferiu continuar em sua própria casa. “Só aceitou o aluguel social quem morava de aluguel aqui. Umas três ou quatro famílias que aceitaram e foram morar em outra parte de Bodocongó. Quem tem sua casa não quer deixar”, afirmou Marineide.

Outra moradora, a trabalhadora autônoma conhecida  como Neide, mora em um sobrado, esse construído após um forte temporal que atingiu Campina em 2011. Após as chuvas do último domingo, ela mudou todos os móveis do térreo para o andar de cima da residência. “Eu trouxe tudo pra cá, acho que agora tá mais seguro. Mas meu carro que tava na garagem, deu perda total. Da última vez que teve enchente na rua, eles trouxeram colchão, indenizaram algumas pessoas, mas agora foi só cesta básica”, disse Neide.

Saiba mais

O coordenador da Semas, Fábio Thoma, informou que o aluguel social é uma medida temporária para o período chuvoso em Campina. O tempo de permanência neste benefício varia de acordo com a avaliação técnica realizada pela secretaria, em conformidade com Lei Municipal e resolução do Conselho Municipal de Assistência Social (Cmas), onde preconiza um período de até seis meses, levando em consideração as condições de moradia das habitações afetadas pelas chuvas.

 *Matéria publicada na edição impressa do dia 20 de abril de 2024.