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Moradia própria prevalece na PB

publicado: 13/12/2024 08h59, última modificação: 13/12/2024 08h59
Segundo o IBGE, 74,9% dos residentes no estado ocupam domicílios de sua propriedade; 19% vivem em lares alugados
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Conforme o Censo 2022, 68,8% dos habitantes de João Pessoa residem em espaços particulares pertencentes a um deles | Fotos: João Pedrosa
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Cerca de 3,4 milhões de moradores usam a rede em seus lares | Fotos: João Pedrosa
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Do total de 3,96 milhões de moradores de domicílios particulares na Paraíba, em 2022, cerca de 2,97 milhões viviam em residências próprias de um deles, o que equivale à proporção de 74,9%, considerada a nona maior do Brasil e a quarta na Região Nordeste. O contingente ocupava 1,01 milhão (73,5%) do total de 1,37 milhão de moradias particulares existentes no estado. Os dados foram divulgados, ontem, em caráter preliminar, por uma nova publicação do Censo Demográfico 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o levantamento, intitulado “Características dos Domicílios”, a proporção de moradores em domicílios próprios na Paraíba ficou acima da média nacional (72,7%) e abaixo da nordestina (77,3%). Maranhão (84%), Piauí (83,9%) e Bahia (79,7%) aparecem à frente da Paraíba no ranking regional.

Apesar de o estado manter-se estável em relação ao índice registrado em 2010, que também foi de 74,9%, o Censo 2022 aponta uma queda de 5,9%, em relação àquele ano, no total da população paraibana que residia em imóvel próprio já pago, herdado ou ganho (de 72,1%, em 2010, para 66,2%, 2022), enquanto houve, no mesmo período, um aumento de 5,9% na participação dos que moravam em residência própria ainda em processo de pagamento (de 2,8% para 8,7%).

A pesquisa do IBGE considera apenas os chamados domicílios particulares permanentes ocupados (DPPOs), excluindo-se habitações improvisadas e coletivas, de uso ocasional e vagas.

 Aluguel

Conforme o estudo, havia 752.523 moradores em 277.844 domicílios alugados na Paraíba, representando 19% do total de habitantes em DPPOs e 20,3% das residências desse tipo. Menor que a média nacional (20,9%) e maior que a regional (16,8%), o percentual estadual de residentes em imóveis alugados, considerado o 11o mais baixo do Brasil, saltou 3,4%, na comparação com a proporção de 15,6% observada em 2010. Já os lares com essa condição de ocupação cresceram 3,2% no mesmo período.

Aqueles que moravam em domicílios cedidos ou emprestados — sem pagar aluguel e com autorização dos proprietários — chegaram, em 2022, a 5,5% da população do estado (217.953 pessoas), ocupando 5,7% dos DPPOs (78.379). Em 2010, os percentuais eram de 8,9% para os moradores e de 8,8% para as residências nessas condições, mostrando que, entre os dois últimos censos, houve decréscimo de 3,4% e de 3,1%, respectivamente. 

 Números locais

As cidades paraibanas com os cinco maiores percentuais de moradores em domicílios próprios, conforme o Censo de 2022, são Joca Claudino (94,4%), São José de Princesa (94,3%), Barra de Santana (94,2%), Marcação (94,1%) e Areia de Baraúnas (93,2%). Já as cinco menores proporções foram observadas em Patos (59,5%), Coremas (60,7%), Pombal (63,8%), Itaporanga (64,4%) e Santa Teresinha (65,1%). João Pessoa (68,8%) e Campina Grande (73,3%) ocupam a 13a e a 39a menores posições nesse ranking, respectivamente.

Com exceção de Patos (49,8%), em todos os municípios do estado, mais da metade da população local residia em domicílios próprios, sem pendência de financiamento. Já a proporção de moradores em lares próprios com financiamento pendente alcançou os maiores níveis em João Pessoa (18,5%), Santa Rita (18,3%) e Campina Grande (15,8%), sendo nula em 13 das 223 cidades paraibanas.

Quanto aos residentes em domicílios alugados, as cinco maiores proporções pertencem a Patos (34,7%), Coremas (32,6%), Cajazeiras e Itaporanga (28,2%), Pombal (28%) e João Pessoa (26,7%), enquanto as menores taxas foram registradas em São José de Princesa (0,8%), Barra de Santana (2,8%), Gado Bravo (3%), Curral de Cima (3,2%) e Joca Claudino (3,9%). Campina Grande apresenta o 18o maior percentual dessa lista (21,8%).

Os percentuais mais altos de habitantes em espaços cedidos ou emprestados foram observados em São José de Espinharas (21,4%), Santa Teresinha (16,5%) e Quixaba (15,5%). Por outro lado, Joca Claudino (1,8%), Areia de Baraúnas (1,7%) e Marcação (1,4%) têm as menores proporções.

Alvenaria e taipa com revestimento são os materiais mais comuns

Ainda de acordo com o Censo 2022 do IBGE, cerca de 3,72 milhões de pessoas (93,9% da população paraibana) moravam em domicílios no estado cujas paredes externas eram de alvenaria ou taipa com revestimento. O percentual, que ficou acima tanto da média brasileira (87,%) como da nordestina (87,8%), é o segundo mais elevado entre as unidades da federação, abaixo apenas da taxa no Distrito Federal (95%).

 A alvenaria sem revestimento aparece como o segundo material mais comum do tipo na Paraíba, compondo as paredes externas dos lares de mais de 214 mil pessoas (5,4% da população). Em seguida, aparece a taipa sem revestimento, predominante nas paredes de 14.014 habitantes (0,4%) e a madeira para construção, usada em residências de 3.805 pessoas (0,1%). Um grupo de 8.554 habitantes, equivalendo a 0,2% da população, residia em espaços com paredes compostas por outros materiais, não cobertos pelas demais categorias.

Considerando o conjunto de ocupantes de domicílios construídos com alvenaria ou taipa com revestimento e alvenaria sem revestimento, a proporção anotada, em 2022, foi de 99,3%, indicando uma alta de 0,7% na comparação com a taxa de 2010 (98,6%). Já o percentual relativo à população que habita lares com paredes de taipa sem revestimento caiu 0,6% entre 2010 (1%) e 2022 (0,4%).

 Cômodos

De todos os residentes na Paraíba, 96,5% (3,8 milhões de pessoas) viviam em domicílios com quatro ou mais cômodos — índice superior às médias nacional (93,0%) e regional (94,8%), sendo a terceira maior taxa do Brasil e a segunda maior do Nordeste, inferior apenas ao percentual em Sergipe (96,7%).

Considerando as categorias de moradias quanto ao número de cômodos, em 2022, mais de dois milhões de habitantes do estado (50,6% do total) viviam em imóveis com seis a nove cômodos. Cerca de 1,2 milhão de pessoas (31,1%) morava em espaços de cinco cômodos, seguido pelos 384.721 moradores (9,71%) de lares com quatro cômodos. Já os domicílios com 10 cômodos ou mais serviam de moradia para 205.178 pessoas (5,2%). Outros 103.715 habitantes (2,6%) tinham apenas três cômodos em seus domicílios, enquanto moradias com um e dois cômodos abrigavam, respectivamente, 29.043 (0,7%) e 4.345 (0,1%) pessoas.

 Dormitórios

De 2010 a 2022, a proporção de domicílios particulares com mais de três moradores por dormitório caiu de 5% para 2,1% na Paraíba. De acordo com o último Censo, em 2022, havia 28.645 residências marcadas por essa situação, que, em 2010, afetava 53.521 moradias. No mesmo período, também caiu o número de lares com mais de dois até três moradores por dormitório, que passou de 14,2% (153.030 unidades) para 9,3% (127.228). Por outro lado, espaços com até um morador por dormitório cresceram de 29,7% (320.456), em 2010, para 32,2% (442.112), em 2022. A participação dos domicílios com mais de um até dois moradores também teve alta no período: de 51,2% (553.519) para 56,4% (774.108). 

Taxa de acesso à internet em casa é a terceira maior do Nordeste 

A proporção da população paraibana residente em domicílios com máquina de lavar roupa era de 59%, em 2022. O índice está acima da média nacional (31,9%), mas abaixo da regional (62,9%), além de ser a sétima maior taxa do país. Apesar disso, o Censo indica que, entre 2000 e 2022, houve um salto de 31,9% no percentual de moradores que dispunham do aparelho doméstico: de 9,1% para 41%. Para Bruno Mandelli, analista da gerência de Indicadores Sociais do IBGE, “a presença de máquina de lavar roupas no domicílio pode ter um impacto considerável no dia a dia dos moradores, especialmente das mulheres, que são quem realiza a lavagem das roupas, na maioria das vezes”.

O último Censo mostra ainda que, em 2022, a proporção dos habitantes da Paraíba em lares com acesso à internet era de 86,9%, representando cerca de 3,4 milhões de pessoas. O percentual estadual ficou abaixo da média brasileira (89,4%) e acima da nordestina (85,3%). Apesar de ser a 11a menor taxa entre as unidades da federação, o índice paraibano foi o terceiro maior no cenário regional, atrás apenas dos percentuais de Ceará (87%) e Rio Grande do Norte (88,4%).

Entre os municípios do estado, os maiores percentuais de acesso à internet em casa foram registrados em João Pessoa (93,7%), Cabedelo (93,5%), Várzea (92,8%), Algodão de Jandaíra (92,6%) e Campina Grande (92,1%). Por outro lado, as cidades de Riachão do Poço (71,9%), Cruz do Espírito Santo (72%), Marcação (70,6%), São Miguel de Taipu (69,3%) e Carrapateira (69,1%) apresentaram as menores proporções nesse quesito.

A capital paraibana apresenta o maior percentual de acessibilidade doméstica, com 93,7%

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 13 de dezembro de 2024.