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Movimentos de mulheres protestam em JP contra a violência e a perda de direitos

publicado: 09/03/2017 00h05, última modificação: 09/03/2017 08h31
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Manifestantes se reuniram no início da manhã, no Ponto de Cem Réis, de onde saíram em caminhada até a Praça dos Três Poderes - Foto: Evandro Pereira

tags: dia da mulher , protesto , joão pessoa , fora temer , cultura do estupro


José Alves

Com palavras de ordem como “Nenhum Direito a Menos” e “Se o corpo é da mulher ela dá pra quem quiser, inclusive para outra mulher”, as mulheres de diversos movimentos sociais realizaram ontem, no centro de João Pessoa, a Parada Internacional das Mulheres, que teve como bandeira maior o refrão “Fora Temer”, por um Brasil sem exploração, contra a perda dos direitos conquistados e em favor da legalização do aborto.

A luta das mulheres nesse 8 de março também foi contra a cultura do estupro, do ódio às mulheres e todas as formas de violência cometidas contra elas, seja em casa, na rua, no trabalho ou no lazer. Segundo uma das coordenadoras do Movimento Internacional das Mulheres, Joana D’arc Silva, o evento representa uma jornada de luta na Paraíba, no Brasil e no mundo.

“Vivemos numa sociedade racista, lesbo-bi-transfóbica, onde somos violentadas cotidianamente de várias formas, e essa violência é agravada pelas diferenças raciais, pela situação econômica, mobilidade e pela condição física e sexual”, disse Joana D’arc, revelando que, no Brasil, a cada duas horas uma mulher é assassinada, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada, e a cada cinco minutos uma mulher é agredida.

A secretária do Desenvolvimento Humano do Estado, Cida Ramos, que participou da Parada Internacional das Mulheres, disse que a principal luta das mulheres é pela igualdade de direitos e pela cidadania. “São bandeiras de luta que tem todo o apoio do Governo do Estado, que inclusive vem a cada ano criando novas políticas públicas de combate à violência contra a mulher”, disse.

A concentração do movimento aconteceu desde as 7h, no Ponto de Cem Réis, com a participação de mulheres de diversos bairros e de cidades vizinhas da capital. Estiveram no evento mulheres de terreiros, empregadas domésticas, mulheres acadêmicas, estudantes, mulheres rurais, do Movimento sem Terra, mulheres negras, mulheres de Mangabeira e mulheres feministas e donas de casa. Após a concentração, elas seguiram em caminhada até a Praça dos Três Poderes, onde realizaram um ato público. No período da tarde, elas realizaram mais uma caminhada pela Avenida Epitácio Pessoa até o Busto de Tamandaré.