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MST mantém protesto e para trânsito na Epitácio Pessoa

publicado: 18/10/2017 21h05, última modificação: 18/10/2017 21h14
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Trabalhadores rurais protestaram contra os cortes orçamentários nas políticas de reforma agrária, em frente ao ministério do trabalho - Foto: Evandro Pereira

tags: mst , movimento dos trabalhadores sem terra , av. epitácio pessoa , receita federal


José Alves

Cerca de 600 pessoas deixaram de ser atendidas na sede do Ministério da Fazenda, em João Pessoa, durante a ocupação dos trabalhadores rurais que estão realizando protesto em diversas capitais do país contra os cortes orçamentários do governo federal nas políticas de reforma agrária. No final da tarde da terça-feira (17), eles tiveram que desocupar o local, por conta de uma liminar da Justiça Federal, mas nesta quarta=feira (18), continuaram o protesto na calçada do prédio do MF, que voltou a atender os usuários.

Mesmo tendo que abandonar a sede da Receita Federal por conta da liminar, os cerca de 800 trabalhadores sem-terra de assentamentos de diversos municípios da Paraíba continuaram interditando nesta quarta a Avenida Epitácio Pessoa. A interdição nos dois sentidos irritou os condutores de veículos que utilizam aquela avenida diariamente.

Com a Epitácio Pessoa interditada nos dois sentidos, os motoristas tiveram que utilizar as Avenidas Júlia Freire e Rio Grande do Sul, paralelas a Epitácio, onde o trânsito ficou caótico, com engarrafamentos quilométricos nos Bairros da Torre, Expedicionários e dos Estados.

O movimento em João Pessoa teve início na madrugada do domingo passado com a ocupação da sede do Incra, no Bairro dos Estados, e deve se estender até esta sexta-feira (20). Em Brasília, eles ocuparam a sede do Ministério do Planejamento.

Segundo Maxwell Castelo Branco, um dos líderes do movimento na Paraíba, o protesto é contra a retirada dos direitos da classe trabalhadora "pelo governo golpista de Temer", e contra os cortes nos orçamentos nas políticas de reforma agrária para 2018. "A reforma agrária na Paraíba e no Brasil está com o orçamento muito abaixo do que deveria ter. Temos programas que sofreram cortes significativos", disse Maxwell, informando que na Paraíba existem mais 80 assentamentos e muitos retrocessos nas negociações em razão do governo Temer.

Ele disse também que nesta quinta e sexta-feira os trabalhadores vão continuar ocupando a sede do Incra e a Avenida Epitácio Pessoa como forma de pressionar os gestores para que as reivindicações do Movimento Sem Terra sejam atendidas. Maxwell informou que em Brasília vai acontecer nesta quinta-feira uma mesa de negociação no Ministério do Planejamento na tentativa de que as negociações do movimento sejam atendidas. "Caso as negociações sejam atendidas, desocuparemos os prédios, avenidas e estradas federais", destacou.

Receita Federal

O delegado da Receita Federal na Paraíba, Marialvo Laureano, informou que a ocupação do trabalhadores rurais sem-terra na sede da Receita Federal causou constrangimento, porque a princípio eles não queriam deixar as pessoas saírem do prédio, mas depois de negociações eles liberaram os trabalhadores. "O mais gratificante foi a ação célere da Justiça Federal que determinou através de liminar a desocupação imediata da sede da Receita e eles ao receberem a liminar obedeceram e saíram, mas durante a ocupação quebraram vidraças na entrada do prédio", disse Marialvo, observando que movimentos como esse fazem com que a sociedade não dê apoio à causa.