Está em busca de passeios que sejam divertidos e, ao mesmo tempo, aumentem o conhecimento e o contato com as artes visuais? Em João Pessoa, uma opção vem ganhando destaque: o Museu Casa de Cultura Hermano José. Localizado no bairro Jardim Oceania, o espaço foi inaugurado em 2017 e é dedicado ao acervo do renomado artista plástico paraibano Hermano José. Mais do que um museu, o lugar é um ponto de encontro com a memória e o legado de um dos mais importantes nomes da arte paraibana.
Para Felipe Sinval, produtor cultural do museu, o espaço representa um pedaço da história e do trabalho do artista, além de abrigar exposições temporárias de outros artistas. “O Museu Casa de Cultura Hermano José é, sem dúvida, um local onde moradores e turistas podem se conectar com a rica história da arte paraibana, conhecer a vida e a obra de um dos maiores artistas do estado e vivenciar a importância da preservação cultural para as futuras gerações”, ressaltou o produtor cultural, em entrevista ao programa Jornal Estadual, da Rádio Tabajara FM.
O museu funciona a partir de uma doação realizada pelo próprio artista, que cedeu sua residência e ateliê, além de seu vasto acervo, para a Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O material doado incluiu mais de 7.500 itens, divididos em três tipos de acervos: obras de arte, objetos de arte sacra e coleções de móveis de estilo colonial. Entre as peças em exposição, é possível apreciar louças chinesas, árabes e portuguesas, além de peças artísticas eruditas e populares.
Uma vida dedicada à educação, à cultura e à ecologia
Falecido em 2015, aos 92 anos, Hermano José foi um ícone nas artes visuais, bem como um educador e influenciador no campo artístico. Professor da UFPB, ajudou a formar gerações de artistas, incluindo o também paraibano Flávio Tavares.
Embora seja uma referência, Hermano não se sentia confortável com a ideia de expor sua própria arte. Sua primeira mostra individual, por exemplo, aconteceu apenas após seus 60 anos. O Museu Casa de Cultura Hermano José, portanto, configura-se como um tributo à sua trajetória e à sua contribuição para a arte e a cultura locais.
Além de seu trabalho artístico, Hermano destacou-se, ainda, como ecologista e gestor cultural. Foi conselheiro do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep) e atuou no tombamento de prédios históricos no interior do estado. Como ecologista, contribuiu para a criação da “lei dos espigões”, que impediu a construção de prédios altos na orla de João Pessoa, ajudando a preservar a paisagem natural da região.
O museu abre de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, com entrada gratuita. A programação das exposições temporárias pode ser conferida no Instagram do espaço (@museucasahermanojose). Atualmente, está em cartaz, no local, a mostra Olhares e Encontros, projeto de artes visuais e inclusão da UFPB, que complementa o acervo permanente do espaço.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 11 de janeiro de 2025.