Notícias

Busca intensa, em meio à guerra, contou com a ajuda do Itamaraty e do Governo do Estado, através da SERI-PB

Na Ucrânia: Paraibana e família deixam Mariupol

publicado: 30/03/2022 09h05, última modificação: 30/03/2022 09h05
2022.03.15_paraibana desaparecida na ucrania © roberto guedes (7).JPG

Foto: Roberto Guedes

por Ana Flávia Nóbrega*

A manhã de ontem foi de alívio para a família da paraibana Silvana Pilipenko, que estava desaparecida em Mariupol, na Ucrânia, desde o dia 3 de março. Após busca intensa dos familiares, Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty), Secretaria Estadual de Representação Institucional da Paraíba (SERI-PB), consulado e embaixadas brasileiras e ucranianas, a mulher foi localizada junto com esposo e sogra, que juntos já deixaram a cidade de Mariupol com destino a Crimeia, península que faz fronteira com a Rússia.

De acordo com Adauto Fernandes, secretário da SERI-PB, Silvana e Vasyl Pilipenko, e a sogra de 86 anos, se deslocaram para a Crimeia em um carro alugado e motorista contratado pelo filho do casal, Gabriel Pilipenko. Na península, fora da zona de guerra, os três ficarão na casa de familiares para descansar e se recuperar de longos dias sem assistência e tentando sobreviver em meio ao conflito entre Rússia e Ucrânia. A data do retorno ao Brasil, no entanto, não foi confirmada.

“O contato com o Gabriel começou há mais de 10 dias. Semana passada estivemos juntos em reunião com o Itamaraty e começamos a dialogar sobre a possibilidade de ela estar no endereço que ele nos passou, onde residiam. De lá pra cá, o Itamaraty, a Secretaria de Representação, a embaixada do Brasil na Ucrânia junto com o diplomata André Mourão, identificamos os grupos familiares que eles conviviam para termos informações sobre o paradeiro. Como era uma zona de guerra, eles não tinham energia, internet… e fomos, com apoio do Itamaraty, intensificando todos os dias, ligando para os telefones que tínhamos e o próprio Gabriel conseguiu identificar uma vizinha que informou que eles estavam lá. O Gabriel contratou um carro para que, junto com apoio do consulado, pudesse chegar no local e retirar eles. Eles estão chegando na fronteira para descansar na casa de um familiar”, afirmou Adauto Fernandes.

Nesta terça-feira, Gabriel conseguiu falar rapidamente com os pais por telefone. Além disso, a retirada de Silvana, o esposo e a sogra ocorre com mediação dos órgãos que já estavam em busca de informações. O diplomata André Mourão, da embaixada brasileira na Ucrânia, agiu de forma direta no auxílio com as despesas de contratação de carro e motorista, além da travessia em fronteiras e, futuramente, na repatriação para o Brasil.

“O Governo do Estado ajudou na interlocução junto com o Itamaraty, as embaixadas, familiares dando e recebendo informações todos os dias. A repatriação é uma prerrogativa do Itamaraty que será realizada. Seguindo orientação do governador João Azevêdo, mantemos contato todos os dias e, também, com outros familiares e famílias que querem voltar, outros que não querem voltar. E estamos à disposição para o que for preciso”, ressaltou Adauto Fernandes.

Vale ressaltar que, além de Silvana, que é brasileira, Vasyl Pilipenko, e a sogra de 86 anos também poderão vir ao Brasil através da ação conjunta de repatriação, caso seja de interesse dos mesmos. Isto porque, mesmo sendo ucranianos, a situação se tornou um acordo democrático entre os países.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 30 de março de 2022