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Preços de medicamentos devem subir 10% em abril

publicado: 29/03/2022 08h37, última modificação: 29/03/2022 08h37
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Foto: Freepik

por Carol Cassoli*

A partir de sexta-feira (1o), os preços de medicamentos ficarão mais altos. Isso porque começará a valer o reajuste dos remédios feito pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMed). A correção de preços ocorre em acordo com a inflação e, por isso, a expectativa é que o índice seja de 10% sobre o valor atual dos remédios listados pela CMed. O percentual oficial, no entanto, só será divulgado nos próximos dias.

O teto cobrado por cada medicamento fica registrado na ‘lista de preços máximos de medicamentos por princípio ativo’, que é atualizada mensalmente no portal da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Os preços são decididos de acordo com o percentual de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que incide sobre cada princípio ativo. Desta forma, os valores variam em diferentes estados. Na Paraíba, por exemplo, a tabela considera a alíquota do imposto em 18%.

Para o reajuste acontecer, são levados em consideração alguns fatores relacionados ao setor e, é claro, a inflação (que, no último ano, chegou a 10,06%). No cálculo da correção entram, além dos ajustes de preços e da inflação, a estimativa de ganhos futuros das empresas que integram a indústria farmacêutica.

Isso significa que, se a adequação de preços realmente se aproximar dos 10%, um remédio diurético cujo princípio ativo é a hidroclorotiazida (utilizada no tratamento de hipertensão arterial), por exemplo, pode subir de R$ 5,05 para R$ 5,55. A longo prazo, esta variação representa um aumento de R$ 6 por ano no bolso do hipertenso.

Tabela de preços

A farmacêutica Brenda Gonçalves explica que é muito importante que as empresas do segmento farmacêutico estejam atentas às atualizações da tabela, porque ela normatiza a atuação não apenas de drogarias, mas também de laboratórios, distribuidores e todos os envolvidos no processo de produção e comercialização de medicamentos. Ninguém pode praticar valores que ultrapassem o que está definido.

“Geralmente os preços são ajustados de acordo com o mercado, para termos um nivelamento com os concorrentes. Essa é a principal diferença de drogarias menores, como a que eu trabalho, e redes maiores”, comenta Brenda ao enfatizar que é natural que farmácias que não integram redes pratiquem preços mais altos. Mesmo assim, a farmacêutica garante que é raro ver uma farmácia extrapolar os limites impostos pela tabela da CMed.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 29 de março de 2022