“O verbo se fez carne e habitou entre nós. O Senhor onipotente desceu à Terra na fragilidade de uma criança. O nascimento de Jesus Cristo, em uma gruta e na simplicidade de uma manjedoura, nos ensina que o caminho para superação nasce das pequenas coisas da vida, generosidade e disposição de cada um para construir o bem”. Essa mensagem foi proferida pelo arcebispo metropolitano da Paraíba, Dom Manoel Delson, durante a missa de Natal, na Catedral Basílica Nossa Senhora das Neves, na manhã de ontem, em João Pessoa.
Para Dom Delson, é essencial que os cristãos busquem o real significado da data. “O Natal, para nós, não deve ser uma mera celebração do nascimento de Jesus Cristo e, sim, um encontro pessoal e comunitário com Ele. Esse encontro nos dá esperança, ilumina o nosso coração, cura as nossas feridas e nos eleva à condição de filhos adotivos de Deus”.
Ontem, a homilia nos convidou a celebrar o nascimento de Jesus Cristo, refletindo sobre a encarnação do filho de Deus, a partir das leituras da liturgia do profeta Isaías e do prólogo do evangelho de João, conforme explica Dom Manoel Delson. “Jesus veio para nos tirar desse marasmo, de fragilidade e de fraqueza humana, para nos dar a força e a graça necessárias para crescermos como filhos de Deus e sermos testemunhas de que é possível construir um mundo mais justo, fraterno e digno”, afirmou o clérigo.
Além disso, o fim de ano é tempo de reflexão, fraternidade e também mudanças de comportamentos. Segundo o arcebispo, o encontro com Jesus nos eleva à condição de seres humanos melhores. “Devemos aflorar, dentro de nós, o compromisso de sermos pessoas melhores, seja no ambiente familiar, no comunitário, no relacionamento e no trabalho, porque todo mundo precisa de nosso testemunho cristão”.
Diante de tantas pessoas com problemas de saúde mental e casos de violência, o arcebispo metropolitano da Paraíba aconselhou a humanidade a se aproximar de Jesus Cristo. “A maneira para proteger e valorizar a vida é através de Deus. Por mais que tenhamos boa vontade, sem a força e a graça de Deus não vamos sair do lugar, devido à fragilidade humana. Só o amor de Deus e a energia positiva é capaz de nos curar”, disse.
Sempre que possível, Marília Galvão e seu esposo, Valter Lélis, assistem à missa em agradecimento pela vida do filho, Luca, de quase dois anos. Ela tentou engravidar por cinco anos e quando conseguiu, a gravidez foi de risco. A partir desse momento, todo domingo sua família vai à igreja. No Natal, não seria diferente. “Luca é o nosso milagre. Ele nasceu prematuro e ficou 42 dias internado. Então, desde que ele foi liberado para frequentar os espaços públicos o levamos à missa. Nosso filho fortaleceu o nosso relacionamento e a fé em Deus. Somos muito gratos”.
A pedagoga Ana Monteiro veio com seus irmãos da comunidade Nossa Senhora do Carmo, em Miramar, assistir à cerimônia religiosa. Para ela, o Natal é um momento de reflexão. “A gente se contagia com esperança, renascimento. Se nós estamos aqui é porque somos fruto de um amor grandioso que deu a vida por nós. Portanto, devemos nos espelhar no exemplo do nosso mestre Jesus e na sagrada família”, declarou.
A idosa Juraci Maria sempre assiste à missa toda semana, na Área Pastoral São Gonçalo, na Torre, que estava fechada. “Eu vim agradecer a Deus por continuar com saúde e ter minha família. Na minha comunidade, a cerimônia é só à noite, então, vim assistir à missa presidida pelo arcebispo”.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 26 de dezembro de 2024.
