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Oficina de Quadrinhos integra atividades extra classe no CEA

publicado: 26/06/2018 00h05, última modificação: 26/06/2018 11h40
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Jovens das unidades socioeducativas de João Pessoa têm a oportunidade de trabalhar a produção de quadrinhos, que inclui roteiro, desenho e pintura - Foto: Edson Matos

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Teresa Duarte

Trazer as histórias em quadrinhos como ferramenta de aprendizado, incentivo à leitura e transformação social. Esse é o objetivo da Oficina de Quadrinhos que está sendo realizada pelo professor Gilson França, através da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Almirante Saldanha, que funciona nas unidades socioeducativas de João Pessoa.

A oficina faz parte das atividades extra classe durante o período do recesso escolar, sendo ela realizada no momento para jovens na faixa etária de 12 a 17 anos de idade, que estão privados de liberdade no CEA/JP, que é um centro de internação provisória. Conforme o professor, a oficina trabalha as áreas de produção dos quadrinhos que são a parte do colorir, roteiro e o desenho da arte em si.

“Decidi fazer a oficina de história em quadrinhos para que os alunos criassem a sua própria história. Nessa primeira turma nós estamos atendendo a 20 alunos, e depois teremos mais duas outras turmas”, explicou.

O jovem MJF, de 17 anos, usou o sonho como tema. “Eu adorei essa oficina porque ela mexe muito com a nossa criatividade, além do que é um estímulo para pessoa criar na imaginação e foi isso que eu criei a história “Um Sonho Mau”. Essa minha história surgiu a partir da pintura que eu estava fazendo nos desenhos e aí me despertou esse tema, onde uma menina tem um sonho de que os monstros a perseguem”, disse.

“Estou gostando muito porque é um passatempo bom. No momento eu estou apenas pintando, depois irei criar uma história fazendo um resumo dos desenhos que eu estou pintando. Eu nunca havia feito uma atividade desse tipo e estou achando muito interessante”, destacou JBSP, de 16 anos.

A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Almirante Saldanha funciona nas unidades socioeducativas de João Pessoa por meio da educação de jovens e adolescentes privados de liberdade. Sob a tutela da Fundação Desenvolvimento da Criança e do Adolescente “Alice Almeida” (Fundac), a escola funciona como qualquer outra da rede estadual, com a mesma grade curricular.

A diretora da escola, Tatiane de Cássia da Silva, considera a oficina de quadrinhos muito importante como mais um instrumento no processo educacional, sendo responsável direta pela mediação e facilitação desse processo. “Nossa escola tem um caráter fundamental no processo educacional dos nossos jovens, uma vez que uma parcela significativa dos nossos alunos sequer teve a oportunidade de ter contato com uma instituição escolar antes de nós”, comentou.

A Escola Almirante Saldanha conta com 41 professores, distribuídos nas quatro unidades que abrange o Centro Educacional do Jovem (CEJ), na Internação Provisória (CEA/JP), do Centro Socioeducativo Edson Mota (CSE) e na Casa Educativa Rita Gadelha. Os professores ministram aulas de todas as disciplinas e destacam que muitos alunos gostam quando são comemoradas as datas especiais e também de atividades como leitura de fábulas, apresentações em vídeo e da parte lúdica.