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Papel da Petrobras e crise de combustível é tema do Pense

publicado: 09/06/2018 00h05, última modificação: 09/06/2018 03h31
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O Teatro Paulo Pontes ficou lotado para assistir a palestra debate a atual crise e os desdobramentos do momento crítico vivido pelo Brasil - Foto: Edson Matos

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Alexandre Nunes

A saída para a crise atual provocada pela política de preços praticada pela Petrobras é dividir o preço do petróleo em duas dimensões: o preço para exportação e o preço para consumo interno. A proposta é professor Adilson Oliveira, que proferiu a palestra “O Petróleo é nosso – Para quê?”, na manhã dessa sexta-feira (8), no Teatro Paulo Pontes, em João Pessoa, durante a edição extraordinária do Pense - Ciclo de Debates Contemporâneos da Paraíba.

Adilson Oliveira explicou que a proposta deve ser publicada na semana que vem no Valor Econômico, um jornal de Economia que é lido por todas as pessoas do mercado. Segundo ele, não é necessário falar em subsidio, porque o preço do petróleo é muito superior ao custo de produção. “Basta você ter um governo que queira trabalhar para o povo brasileiro e não para os acionistas da Petrobras. Você pode colocar o preço do barril a 40 dólares, que não é um preço internacional que hoje é praticado entre 70 e 80 dólares”, observou.

Adilson Oliveira garantiu que é possível aumentar um pouco os lucros dos acionistas, vendendo o barril a 40 ou 45 dólares e ainda assim eles ganharão muito dinheiro, e os brasileiros, ao invés de pagar 70 dólares, passariam a pagar 45 dólares. “Acho que o papel do governo, em qualquer um lugar do mundo, é trabalhar para a sua população e não para os acionistas da empresa A, B ou C. Acho que houve um equívoco do governo brasileiro ao delegar a política de preços para a Petrobras decidir, isso é um tema do estado brasileiro”, acrescentou.

O pós-doutor em Ciências Sociais Aplicadas afirmou que, de certa forma, a greve dos caminhoneiros abriu os olhos dos brasileiros para realidade e importância que a Petrobras tem para economia e sociedade brasileira. “Seria até uma falta de percepção da realidade brasileira simplesmente ignorar a discussão sobre o papel da Petrobras na economia do Brasil. Acho que deve ser e acredito que venha a ser um tema importante durante a campanha eleitoral”, completou.

Para o cientista, o lucro não pode ser o objetivo central de uma empresa como a Petrobras. “O petróleo é importante demais para ser simplesmente gerador de lucro para seus acionistas, é mais que isso. Se o governo trabalhar de forma positiva para o interesse da população e não para os interesses dos acionistas, a Petrobras pode ajudar o povo brasileiro a superar muito as dificuldades que está vivendo atualmente”, ressaltou.