O segundo turno das eleições municipais foi marcado por poucos crimes eleitorais nas duas maiores cidades paraibanas. De acordo com as Forças de Segurança da Paraíba, 11 pessoas foram detidas, ao passo que nenhum candidato foi preso. As ocorrências foram registradas em João Pessoa e em Campina Grande, no âmbito da Operação Voto Seguro 2024.
Uma das prisões ocorreu na Escola de Educação Básica e Profissional Fundação Bradesco, no Bairro Valentina Figueiredo, em João Pessoa. Por volta das 12h40, um homem utilizou o celular para gravar o momento da votação; contudo, a Lei no 9.504, de 1997, proíbe a filmagem, uma vez que isso fere o sigilo do voto. No caso do eleitor pessoense, os mesários flagraram a tentativa e acionaram a Polícia Militar, que conduziu o suspeito à Superintendência Regional da Polícia Federal.
Já em Campina Grande, no Bairro do Jeremias, um traficante foi preso durante a tarde. Ele possuía duas armas, munições, R$ 35 mil em dinheiro e panfletos do candidato Bruno Cunha Lima, que se reelegeu prefeito. Segundo o coronel Ronildo de Sousa, subcomandante-geral da Polícia Militar da Paraíba e coordenador da Operação Voto Seguro, suspeita-se que o homem detido estaria envolvido na compra de votos, uma vez que ele foi flagrado com material de campanha.
A primeira ocorrência de ontem, porém, foi registrada ainda na madrugada, nas imediações da Escola Raul Córdula, localizada no bairro campinense de Presidente Médici. Às 3h30, nove pessoas foram conduzidas à delegacia pelo crime de boca de urna. Com elas, foram apreendidos um carro com material de campanha, cerca de 45 mil santinhos e 15 mil adesivos de campanha.
A operação foi possível graças ao monitoramento por vídeo realizado pelo Centro Integrado de Comando e Controle de Campina Grande (CICC), conforme relata o subcomandante-geral da PM. “Os suspeitos estavam jogando santinhos na frente dos locais de votação, mas as câmeras do CICC flagraram. Nós montamos um cerco e conseguimos prender a pessoa que estava no veículo. Além disso, nós também apreendemos outras pessoas fixando adesivos em postes e em praças. Prática que é proibida e considerada boca de urna desde as 22h do sábado”, detalha.
Incidente
Além dos crimes eleitorais, um incidente no começo da manhã assustou quem estava na Escola Luís Augusto Crispim, no Bairro Mandacaru, em João Pessoa. O colégio funciona como local de votação. “Um homem chegou a pular o muro, o que foi percebido pelos policiais que estavam fazendo a guarda das urnas. Imediatamente, eles fizeram a contenção do homem e perceberam que ele tinha problemas de saúde mental. Então, colocaram o intruso para fora do local. Mas, como ele não teve acesso a nenhuma urna, esse foi somente um fato atípico”, conta Ronildo.
Avaliação
Para Ronildo, a tranquilidade das eleições deve-se, em grande parte, ao empenho e à mobilização das Forças de Segurança. “Transcorreu tudo dentro do planejado, tanto no primeiro quanto no segundo turno. O emprego do reforço para os locais de votação, que foram somente em João Pessoa e em Campina Grande, foi de aproximadamente mil policiais militares, além da suplementação que foi realizada com o policiamento motorizado. Nós também aumentamos o número de viaturas na rua, fazendo a fiscalização do serviço operacional e coibindo as possíveis práticas de crimes eleitorais”, ressalta o subcomandante-geral da PM.
Governador visitou Centro Integrado de Comando e Controle
O governador João Azevêdo esteve, ontem pela manhã, no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) de João Pessoa, ocasião em que acompanhou o trabalho das Forças de Segurança na Operação Voto Seguro 2024, no segundo turno das eleições que aconteceram na capital paraibana e em Campina Grande.
A Secretaria da Segurança e Defesa Social empregou todo o efetivo nas 1a e 2a Regiões Integradas de Segurança Pública, em João Pessoa e Campina Grande, respectivamente.
As tropas da Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros Militar foram empregadas nas ruas e também nos CICCs. As estruturas dos centros contam com tecnologia de rádio e videomonitoramento, que diminui o tempo-resposta no atendimento das ocorrências.
“Nós estamos acompanhando esse dia de votação no segundo turno. Estamos tendo um pleito tranquilo e tenho certeza de que vamos chegar ao fim da votação com a população colaborando, indo às urnas e respeitando o processo democrático”, frisou o chefe do Executivo estadual.
Além do policiamento ostensivo e preventivo nos locais de votação, a Polícia Militar também atuou como guarda de urna e no apoio à Justiça Eleitoral, fazendo a segurança no entorno dos locais de votação.
De acordo com o planejamento operacional da Secretaria da Segurança e da Defesa Social, as estruturas realizaram monitoramento das ações da operação e atenderam a demandas do Tribunal Regional Eleitoral, atuando em conjunto com outros órgãos envolvidos no pleito.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 28 de outubro de 2024.