Notícias

Cobrança adicional de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos termina no dia 16

Paraibano terá redução de 18% na conta de energia

publicado: 08/04/2022 08h54, última modificação: 08/04/2022 08h54
pixabay.jpg

Foto: Pixabay

por André Resende*

O fim da bandeira tarifária preta, por escassez hídrica, foi antecipado para o próximo dia 16 e a economia na conta, segundo previsão da Agência Nacional de Energia Elétrica, deve ser em torno de 18%. Inicialmente, a precisão para o fim da bandeira por escassez hídrica estava prevista somente para o dia 30 de abril, porém, anteontem, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), vinculado ao Ministério de Minas e Energia, decidiu antecipar o fim da bandeira por escassez hídrica.

Entretanto, o pequeno alívio no bolso dos paraibanos só deve vir na conta de maio, segundo a concessionária de energia do estado, a Energisa. A bandeira por escassez hídrica, prevista para acabar no dia 16, incide R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos e está em vigor desde 1o de setembro de 2021. Ainda de acordo com o anúncio do CMSE, a bandeira cobrada será a verde a partir do dia 16 deste mês, ou seja, sem cobrança adicional.

Pouco impacto

O economista Francisco Barros avalia que toda redução nesse momento de arrocho da média salarial, causado pela inflação alta, é muito bem-vindo, porém, a queda estimada de 18% na conta de luz deve representar pouco em termos de economia para o trabalho em geral.

“Não deve ser um alívio muito grande, primeiro porque vai variar de estado para estado. É uma notícia boa, mas o consumidor deve continuar, sempre, procurando economizar energia. A inflação segue muito alta e você vem comprometendo a renda com alimento, com combustível, com remédio, então é importante, mas é bom continuar o cuidado de economizar.”, comentou.

O advogado Antônio Vasconcelos, de 62 anos, é um dos que vai seguir economizando, independente da tarifa cobrada. Ele relata que desde o início da bandeira mais cara, tem feito economia na energia como pode. Deixou de usar o ar-condicionado, não deixou mais as luzes da parte externa da casa ligadas por muito tempo, e até as horas que costumava gastar com a TV ligada foram reduzidas.

“Infelizmente nosso país investiu muito em uma matriz de energia que depende totalmente da recarga de chuvas nos reservatórios. O erro quem paga somos nós, consumidores, que na época de seca, pagamos uma tarifa mais cara. Como eu costumo desde muito tempo economizar bastante o consumo, a redução da tarifa é boa, mas não vai gerar muito impacto na minha conta de luz”, comentou.

Orçamento apertado

Com a inflação em alta, o dólar oscilando, o salário do trabalhador segue estrangulado, forçando que muitas economias, em todos os níveis de consumo, sejam feitas para chegar até o fim do mês. O economista Francisco Barros explica que a renda média do brasileiro registrou uma queda de 10%, mas a queda recente do dólar, ajudou a frear qualquer possível aumento da inflação nos últimos dias.

“Desde quarta começou uma tendência de alta do dólar, a gente não sabe se vai continuar ou reverter. A queda do dólar, vista nos últimos dias também foi um alívio. Porque isso tem um efeito positivo, se não reduz a inflação, pelo menos ela cresce menos devido ao grande impacto do dólar nas commodities. As pessoas devem continuar procurando economizar, porque a inflação continua muito alta”, explicou.

E o economista faz um alerta em relação à energia elétrica. O Governo Federal aprovou um aporte financeiro de R$ 3 bilhões para as empresas do setor, um empréstimo que deve chegar em algum momento ao consumidor final.

“Os governos precisam adotar medidas de eficiência econômica, evitar desperdícios que são muito altos, na energia, na água. No transporte tem problema nas estradas, o diesel tem um peso muito grande, isso aumenta as despesas no bolso da população. Toda medida que dá ganho de eficiência nos recursos é válida”, acrescentou.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 08 de abril de 2022