por Sara Gomes*
A obra do Hospital da Mulher da Paraíba, no terreno onde funcionou a antiga Maternidade Frei Damião, em Cruz das Armas, João Pessoa, segue em andamento. Ela está na etapa de escavação e na próxima semana deverá iniciar a fase de fundação. A obra, estimada em R$ 41,474 milhões, está prevista para ser concluída em novembro de 2023. A unidade será referência na promoção e saúde da mulher na Paraíba, dentro de uma estrutura especializada e moderna com 203 leitos, garantindo a ampliação assistencial à população.
O seu principal objetivo é propor um novo modelo de atendimento assistencial, visando operar com reconhecida excelência na rede pública. A unidade atenderá as especialidades de obstetrícia, ginecologia, mastologia e irá disponibilizar um centro diagnóstico e de imagem de alta resolução, passando a cuidar da saúde integral da mulher em todos os ciclos da vida, tanto na assistência hospitalar como também na ambulatorial, com serviços de prevenção e orientação integrais.
A diretora superintendente da Superintendência de Obras do Plano de Desenvolvimento do Estado (Suplan), Simone Guimarães, informou que a obra se encontra na fase de terraplenagem. A previsão é que a obra seja entregue em 22 meses. “O diferencial desse hospital é que o atendimento é voltado às mulheres. É um prazer imenso fazer parte desse projeto, juntamente com a Secretaria de Saúde”, disse.
O interessante é que a construtora responsável pela obra, Comtérmica, boa parte da administração e gerenciamento é feito por mulheres. “Cerca de 10% da equipe é composta por mulheres, entre engenheiras, tecnólogas, recursos humanos, engenharia de segurança, estagiárias. Essa obra vai ampliar toda a rede de atendimento à mulher, então nada mais justo do que ter mulheres à frente desse projeto. Esse é o nosso diferencial”, afirmou.
O Hospital da Mulher contará com salas de urgência e emergência; ambulatório; banco de leite humano; centro de diagnóstico por imagem; unidade de nutrição enteral; unidade de alimentação e nutrição; central de vestiários/banheiros de funcionários e repouso; casa de gestante, bebê e puérpera; estacionamento; internação para lactantes e bebês; posto de coleta de leite humano; laboratório; agência transfusional; Ensino e Pesquisa; centro cirúrgico obstétrico e ambulatorial; unidade de tratamento intensivo adulto; unidade de terapia intensiva neonatal convencional; unidade de cuidado intermediário canguru; unidade de cuidado intermediário adulto; unidade de cuidado intermediário neonatal convencional; centro de parto normal e central abastecimento farmacêutico.
A comerciante Eliete Souza, 57 anos, que vende lanches há 30 anos, em frente a antiga Maternidade Frei Damião, aguarda a conclusão da obra ansiosamente. O movimento das vendas reduziu consideravelmente desde que os atendimentos da maternidade foram relocados para Jaguaribe. “Desde dezembro o movimento caiu bastante”, disse. Ela comemora que a maternidade se transformará no Hospital da Mulher, podendo usufruir melhor dos serviços. “Como não tenho mais idade de ser gestante acabava não usufruindo dos serviços. Quando for inaugurado vou poder fazer consultas de rotina ligadas à saúde da mulher”, comemorou.
Maria de Fátima Passos, 65 anos, teve que fazer o exame de mama pela policlínica, pois o postinho de saúde de Cruz das Armas demorou a encaminhá-la para a consulta. “Acredito que quando inaugurar o Hospital da Mulher, vai desafogar os atendimentos voltados à mulher”, declarou.
A secretária de estado da Saúde, Renata Nóbrega, disse que o Hospital da Mulher será referência na Paraíba. “Vai ser o único que trabalhará todo o ciclo da mulher, desde a maternidade até a saúde da mulher, a exemplo de: problemas de endometriose, gestações de alto risco, diagnóstico de auto imagem”, frisou.
Unidade II
Mesmo com a transferência da maternidade de Cruz de Armas, a Maternidade Frei Damião, que está funcionando na Avenida João Machado, no bairro de Jaguaribe, continua prestando atendimento à população. A exceção aconteceu durante o auge da pandemia da Covid-19, quando, por determinação do Governo do Estado, a unidade de saúde passou a atender, exclusivamente, pacientes com a Covid-19. Com isso, outros atendimentos foram pactuados para outras unidades de Saúde do Estado. Agora, com os casos de Covid-19 em baixa, a maternidade vem retomando ao normal com atendimentos na área obstetrícia.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 20 de junho de 2022.